sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Standard & Poor's tira grau de investimento de Santa Catarina

Dois dias após o Brasil perder o selo de bom pagador, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) também rebaixou os ratings de crédito de longo prazo em moeda estrangeira de Santa Catarina de BBB- para BB+. São Paulo e Minas Gerais também tiveram o mesmo rebaixamento. Com isso, esses Estados passam a ser classificados como grau especulativo. A notícia da perda do grau de investimento não surpreendeu o secretário de Fazenda de Santa Catarina, Antônio Gavazzoni. Segundo ele, como os Estados são entidades subnacionais, não teria como manter os ratings já que a União é soberana. "É uma consequência exclusiva do rebaixamento da União. Nesse caso, Santa Catarina acaba prejudicada em razão de uma questão nacional", afirmou. O secretário afirma ainda que, como o Estado não emite títulos, a notícia não deve trazer tantos impactos. Ele lembra ainda que Santa Catarina tem uma situação fiscal melhor que a maioria dos outros Estados do País: "Claro que nunca é bom perder o grau de investimento. Mas nossa situação econômica ainda é boa. Não há nada que o Estado possa fazer nesse caso". Em abril, a agência havia determinado a manutenção da nota de Santa Catarina. Na época, a Standard & Poor´s havia reafirmado os ratings de emissor ‘BBB-’ na escala global e ‘brAAA’ na escala nacional ao Estado, com perspectiva estável. O rating é uma análise feita por agências financeiras sobre a capacidade de um órgão (país, Estado, município ou empresa) de saldar compromissos financeiros. A S&P também rebaixou o rating do Estado do Rio de Janeiro de BB+ para BB e o rating da cidade do Rio de Janeiro de BBB para BBB-. A perspectiva do rating em escala nacional brAAA da cidade do Rio de Janeiro foi revisada de estável para negativa. Em escala nacional, os ratings de Santa Catarina foram rebaixados de brAAA para brAA+, assim como São Paulo. O Estado do Rio de Janeiro foi rebaixado de brAA+ para brAA- e o de Minas Gerais foi rebaixado de brAAA para brAA. A S&P manteve a perspectiva negativa dos ratings de longo prazo em moeda estrangeira e dos ratings em escala nacional. As decisões foram tomadas depois de a S&P rebaixar, na quarta-feira, o rating do Brasil de BBB- para BB+, tirando o grau de investimento soberano. "Os desafios políticos que o Brasil enfrenta continuam crescendo, pressionando a capacidade e a disposição do governo de apresentar um Orçamento de 2016 para o Congresso consistente com a correção política significativa sinalizada durante a primeira parte do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff", comentou a agência. Segundo a S&P, diante do cenário de contração econômica do Brasil, o crescimento econômico, os níveis de emprego e as receitas desses governos locais e regionais sofrerão no restante de 2015 e em 2016. "Além disso, eles têm habilidade muito limitada para cortar custos, tendo em vista os altos e estruturalmente rígidos gastos operacionais e necessidades urgentes de infraestrutura", disse a S&P.

Nenhum comentário: