quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Após desistir de IPO, Petrobras busca parceiro para a BR Distribuidora

A Petrobras decidiu colocar em prática seu plano B para vender parte da BR Distribuidora, dona da maior rede de postos de combustíveis do País. Como decidiu adiar a abertura de capital da subsidiária na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) por tempo indeterminado, a estatal anunciou ontem que a diretoria executiva autorizou a busca de um parceiro estratégico. O objetivo é tentar fazer o negócio o mais rápido possível e gerar caixa para fazer frente ao elevado nível de endividamento e ao pesado cronograma de investimentos, que soma US$ 19 bilhões somente em 2016. A Petrobras já está em conversas com empresas chinesas e fundos de investimento, mas ainda não está nem perto de fechar algum tipo de acordo. Na opinião de especialistas, a busca por um sócio privado reflete a dificuldade da companhia em tentar abrir o capital da BR. O objetivo inicial da Petrobras era vender na Bolsa 25% das ações da BR. A busca de um sócio era tida apenas como alternativa. Para John Albuquerque Forman, presidente da consultoria JF, o fato de a companhia ter perdido o grau de investimento por duas agências de classificação de risco — Moody’s e Standard & Poor’s — dificulta ainda mais o interesse de investidores pela empresa. Muitos fundos de pensão têm restrição para investir em empresas sem o selo de bom pagador. "Agora, eles partiram para a negociação direta para tentar buscar um bom preço e gerar caixa", disse Forman. Claudio Pinhoz, professor da Fundação Dom Cabral, acredita que a Petrobras vai buscar um sócio para agregar valor à sua subsidiária e, em um segundo momento, tentar a abertura de capital. "É uma operação mais rápida e efetiva. Mas, como vai envolver mudança societária, é preciso atenção. Como vai ser o acordo de acionistas? Qual será a regra?" — questionou Pinho. Em depoimento à CPI da Petrobras, o presidente da estatal, Adelmir Bendine, afirmou ontem que a companhia já economizou US$ 3,8 bilhões neste ano com o reescalonamento da dívida de curto prazo.

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