quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Centro de estudo do PMDB larga o braço no governo e fala em rompimento com o PT

No dia 17 de novembro, a Fundação Ulysses Guimarães, principal centro de estudos do PMDB, realiza um congresso. A entidade deve lançar uma espécie de programa de governo que vai ser um pré-anúncio de uma candidatura própria à Presidência da República. O principal articulador do texto é Moreira Franco, que preside a Fundação e trabalha em consonância com Michel Temer, vice-presidente da República. A Folha teve acesso ao texto-base que vai apontar diretrizes de um programa de governo. Ainda está sujeito a mudanças e deve ser enxugado. O fato é que o principal aliado do governo faz críticas severas ao… governo. Bem, convenham: nisso a Fundação Ulysses Guimarães não inova, certo? Sua congênere petista, a Fundação Perseu Abramo, largou o braço da política econômica de Dilma. Como a gente nota, a se considerar o que pensam os respectivos centros de pensamento dos dois principais partidos do governo, ambos deveriam estar na oposição. A exemplo do que fizeram os petistas, também os peemedebistas devem atacar o ajuste fiscal, mas não pelo viés da cascata esquerdista. O partido vai afirmar que ajuste fiscal, por si, não é indutor do desenvolvimento. Bem, indutor não é mesmo. Arrumar as contas é uma precondição. Para o PMDB, à diferença do que afirma a presidente Dilma, a crise foi provocada aqui mesmo e nada deve a fatores externos. O partido diz ainda que o PT trava uma luta fratricida e busca sempre diminuir o papel dos peemedebistas na política. Daí vem, então, a recomendação: “Em função disso, é preciso que o PMDB passe a trilhar caminhos próprios, apartando-se, com elegância, do PT. O partido não pode estar atrelado aos insucessos do governo, ocasionados por decisões que, além de não terem sido suas, foram equivocadas". Sim, pode-se dizer que tanto o texto da fundação petista como o da fundação peemedebista não traduzem exatamente a vontade do partido, mas a dos respectivos centros de estudo. Ok. Mas é claro que eles expressam a qualidade do debate interno. Que a aliança PT-PMDB chegou ao fim, isso parece já evidente. Até porque, convenham, o petismo está encontrando o seu lugar na tal lata de lixo da história. Por Reinaldo Azevedo

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