sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Delator acusa líder de Dilma no Senado de ter recebido propina duas vezes; estão na lista Renan, Jader ex-ministro de Lula

Pois é, pois é… Paulo Roberto Costa já havia incluído o nome do senador Delcídio Amaral (PT-MT) entre os beneficiários do petrolão. O STF mandou arquivar uma investigação contra ele por falta de evidências. A situação do agora líder do governo no Senado voltou a se complicar. Fernando Soares, o Fernando Baiano, delator tido como operador principalmente do PMDB, afirmou em depoimento que repassou a Delcídio US$ 1,5 milhão referente à compra da refinaria de Pasadena. Delcídio também teria sido beneficiário de propina relativa a aluguel de navios-sonda, junto com Renan Calheiros, Jader Barbalho e o ex-ministro Silas Rondeu. A revelação de parte do conteúdo da delação de Baiano foi feita pelo Jornal Nacional desta sexta. Leiam. Volto em seguida.
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O delator da Operação Lava Jato Fernando Baiano citou o nome de mais um parlamentar como beneficiário do esquema. O senador Delcídio Amaral, do PT, teria recebido propina quando a Petrobras comprou a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Em março, o Supremo Tribunal Federal não viu motivos para investigar o senador Delcídio Amaral, do PT do Mato Grosso Sul, e arquivou o caso em que o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, citou Delcídio na delação. Ele disse que “ouviu dizer”, que Delcídio teria recebido propina quando era diretor de Gás e Energia da Petrobras, de 2000 a 2002. Mas agora o nome de Delcídio Amaral voltou a ser citado, desta vez na delação premiada de Fernando Baiano. Ele contou que Delcídio recebeu US$ 1 milhão ou US$ 1,5 milhão. Dinheiro desviado do contrato da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O delator disse que o dinheiro foi repassado para pagar a campanha de Delcídio ao governo do Mato Grosso do Sul, em 2006. A compra da refinaria de Pasadena causou prejuízo de mais de US$ 790 milhões, segundo o Tribunal de Contas da União. Essa é a primeira vez que um delator cita Delcídio como beneficiário de propina no contrato de Pasadena. Delcídio teria indicado Nestor Cerveró para diretoria Internacional da Petrobras, responsável pelo contrato de Pasadena, o que ele nega. As revelações estão sendo investigadas por delegados e procuradores. O nome de Delcídio também é citado em outro contrato da Petrobras, de navios-sonda. Baiano revelou um acerto envolvendo Delcídio, o presidente do Senado, Renan Calheiros, o senador Jader Barbalho e o ex-ministro Silas Rondeau, os três do PMDB. E US$ 4 milhões desse contrato da Petrobras seriam desviados para pagá-los. As negociações avançaram e o valor final foi de US$ 6 milhões. Baiano disse que o operador desses pagamentos foi o lobista Jorge Luz. O senador Delcídio Amaral disse que considera um absurdo o nome dele ser citado. Que ele conheceu Fernando Soares na década de 1990 e que depois não teve mais contato com ele. O senador Jader Barbalho disse que não conhece Fernando Soares e que na época da denúncia não era senador. O presidente do Senado, Renan Calheiros, negou as acusações. Também negou que conheça Fernando Soares. Disse ainda que não autorizou ninguém a falar em nome dele em nenhuma circunstância. 
Retomo
Dizer o quê? É uma pena, claro!, que, nesses casos, a investigação certamente não vá avançar com tanta celeridade, não é mesmo? Aliás, o escândalo de Pasadena é um troço que ficou meio solteiro, largado pelo caminho, no meio dessa confusão. É claro que tudo isso tem de se investigado e que não se trata de decretar a culpa e a condenação dos citados. Mas resta evidente que parece haver menos interesse da turma quando “governistas governistas” são atingidos pelas delações. A predileção mesmo é pelo “governista oposicionista”. Por Reinaldo Azevedo

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