quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Deputados do PMDB dizem a Temer que reforma não contemplou o partido


O vice-presidente Michel Temer recebeu nesta quarta-feira (7) 11 dos 22 deputados do PMDB que romperam com o Palácio do Planalto e ouviu que o partido não se sente representado no governo, mesmo após a reforma ministerial que deu sete pastas aos peemedebistas. Os deputados disseram ao vice que não aceitam "a forma de fazer política" do governo Dilma Rousseff e que vão continuar na oposição. Nos bastidores, mostraram-se dispostos, inclusive, a apoiar a abertura de um processo de impeachment contra a presidente. Diante das críticas, Temer pediu "responsabilidade com o País", principalmente na votação para manter os vetos presidenciais aos projetos das chamadas pautas-bomba. Nestas terça (6) e quarta-feira (7), o Planalto sofreu duas derrotas seguidas ao não conseguir quórum para as sessões que apreciariam os vetos. Os peemedebistas disseram ao vice que Dilma isolou as principais lideranças nacionais do partido e deu poder para que o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), indicasse ministros como os da Saúde e da Ciência e Tecnologia. Dos 65 deputados do PMDB, 22 se uniram aos parlamentares dos partidos que formavam o bloco da maioria –PP, PTB, PHS, PSC e PEN– e isolaram Picciani. Apenas o PEN, com dois deputados, ficou ao lado do novo emissário do Planalto na Câmara, junto com os não-dissidentes peemedebistas. A Temer, os deputados do PMDB rompidos com Picciani pediram a garantia que o congresso do partido seja realizado em novembro, o que foi assegurado pelo vice-presidente. A expectativa é a de que o evento seja marcado por discursos em favor do desembarque definitivo do PMDB do governo. O Palácio do Planalto foi pego de surpresa com as derrotas no Congresso e se apressou para buscar explicações sobre a falta de quórum nas sessões que apreciariam os vetos. Na avaliação de assessores palacianos, deputados dos partidos aliados quiseram mostrar que o governo "errou mais uma vez" na distribuição de cargos e que a Câmara não está necessariamente alinhada com o governo. Diante do susto, a ordem no Planalto é "cautela". Os ministros responsáveis pela articulação política do governo, Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), e Jaques Wagner (Casa Civil), entraram em contato com parlamentares logo no início da tarde desta quarta e fecharam uma nova data para a votação sobre os vetos: a próxima terça-feira (13).

Nenhum comentário: