quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Morre o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do maior centro de tortura no Brasil, o Doi-Codi, em São Paulo


O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, de 83 anos, que chefiou o Doi-Codi do 2º Exército, morreu na madrugada desta quinta-feira. Ele estava internado na UTI do Hospital Santa Helena, em Brasília, em estado gravíssimo. Ustra teve complicações a partir de um câncer de próstata, que provocou uma metástase. Ele também foi acometido de forte pneumonia. Carlos Alberto Brilhante Ustra é de família de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Seu apelido era "Bandão". O coronel reformado é apontado por dezenas de perseguidos políticos e familiares de vítimas do regime militar como responsável pelas perseguições, tortura e morte de opositores da ditadura militar. Ele comandou o Doi-Codi, maior centro de tortura que já operou no Brasil, nas instalações da delegacia de polícia da Rua Tutóia, no bairro do Paraíso, em São Paulo. A Arquidiocese de São Paulo, por meio do projeto Brasil Nunca Mais, denunciou mais de 500 casos de tortura cometidos dentro das dependências do DOI-Codi no período em que Ustra era o comandante, de 1970 a 1974. Ele usava o codinome de Dr. Tibiriçá. Em agosto, o Ministério Público Federal, ofereceu denúncia contra Ustra. Ele é apontado como responsável pela morte do militante comunista Carlos Nicolau Danielli, sequestrado e torturado nas dependências do Destacamento de Operações e Informações do (DOI), em São Paulo, em dezembro de 1972. O coronel da reserva Pedro Ivo Moézia, que foi subordinado de Ustra no Doi-Codi, lamentou a morte de seu superior. "Foi uma grande perda para o Brasil e para o Exército. O Ustra era o único grande herói nacional vivo. Ele cumpriu missões difíceis. Foi um dos principais responsáveis por termos acabado com o terrorismo e a subversão, mas que, infelizmente, não obteve o valor devido do Exército. Como amigo e subordinado, sinto muito. Foi um injustiçado. Um símbolo da nossa resistência e que toda essa estrutura de governo, do PT, se debruçou para acabar com ele", disse Moézia. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Que manchete bem ordinaria.
Que toquem os clarins.