segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Peemedebistas avaliam ação contra Nardes como "tiro no pé" do governo

Integrantes de diferentes alas do PMDB avaliaram que o Planalto deu "um tiro no pé" ao lançar uma ofensiva contra o ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União, relator das contas da presidente Dilma Rousseff do ano de 2014, neste domingo (4). Mesmo integrantes do partido que são simpáticos à petista e atuam como bombeiros no Congresso disseram, reservadamente, que o pedido de afastamento de Nardes do julgamento das contas de Dilma acabou por inflamar o "espírito de corpo" dos demais integrantes da Corte. Na ala da sigla que já não esconde sua contrariedade com a presidente as críticas foram contundentes. O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), por exemplo, disse que a petista mostra sua incapacidade de avaliar a gravidade de sua própria situação ao autorizar ações como a que o advogado-Geral da União, Luís Inácio Adams, abriu contra Nardes. "A única crise que ainda não se tinha era a institucional. E o que eles fazem? Começam a criar uma", avaliou. "Boa parte dos integrantes do TCU vieram do Legislativo. O órgão é auxiliar do Congresso. Não deixa de ser uma intromissão", concluiu. A ala mais moderada do PMDB disse que, ao pedir o afastamento de Nardes, o governo Dilma buscava apenas ganhar tempo para continuar manobrando no Congresso e tentar diminuir o ímpeto dos que trabalham pela abertura de um processo de impeachment, mas a repercussão da iniciativa foi tão ruim, avaliaram, que pode acabar desencadeando o efeito contrário. Nesta segunda-feira (5), após reunião na Presidência do TCU, os ministros da Corte decidiram manter a data do julgamento das contas de Dilma, marcado para esta quarta-feira (7). O pedido de suspeição de Nardes será avaliado no mesmo dia, no início da sessão. Os peemedebistas acham que, com isso, o governo vai amargar uma dupla derrota: verá a Corte manter Nardes como relator do processo e o plenário rejeitar as contas da presidente, por manobras contábeis como as chamadas "pedaladas fiscais".

Um comentário:

Unknown disse...

É nítido o aparelhamento do Estado brasileiro pelo grupo do foro de São Paulo.