quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Puxa-sacos depõem com enxurrada de elogios ao empreiteiro Marcelo Odebrecht


Inteligente, leal, carismático. Funcionário da Odebrecht, advogado e até o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, aproveitaram a convocação para testemunhar em defesa do empresário Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato, para elogiá-lo. Os depoimentos foram dados à Justiça Federal no Paraná. "Ele tem uma maturidade muito grande, é extremamente inteligente, de raciocínio rápido, muito simples, humilde, participativo", afirmou Antônio Carlos Daiha Blando, gestor da Odebrecht em Angola. Blando trabalhou com Marcelo logo depois que ele se formou. "Era Marcelo Bahia. Nem o e-mail dele era Odebrecht. Ele não queria nenhum privilégio, não queria que as pessoas o tratassem diferente", contou. "É uma pessoa extremamente devotada à família; age com muito respeito e consideração ao próximo", disse o advogado Marcelo de Carvalho Ferro, que atua para o grupo Odebrecht e cujo irmão é casado com a irmã de Marcelo. Filiado ao PMDB e candidato ao governo de São Paulo no ano passado, Skaf afirmou que o empresário é "carismático", "muito simples" e demonstra "muito equilíbrio e inteligência". O dirigente industrial sem indústria, que no passado teve uma indústria têxtil, ressaltou que nunca teve relações comerciais com a Odebrecht. Disse ter convivido com Marcelo nas reuniões dos conselhos da Fiesp, do qual ele participava, segundo Skaf, de forma "sempre muito equilibrada, com discussões positivas". "Acima de tudo, ele é bastante carismático, muito simples, de cumprimentar a todos e tratar a todos com muito respeito", declarou o peemedebista, cuja campanha recebeu R$ 200 mil de doação da Braskem, integrante do grupo Odebrecht, em 2014. O empresário foi uma das 34 testemunhas arroladas por Marcelo Odebrecht para deporem à Justiça na ação penal em que é réu, sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O juiz federal Sergio Moro aceitou a oitiva de 25 delas até aqui. Segundo a defesa do empresário, todas as testemunhas são "imprescindíveis" e seus depoimentos, assegurados pela Constituição. Com os depoimentos, a defesa tem procurado explorar temas como a autonomia dos conselhos da Odebrecht para tomada de decisões, a venda de nafta à Petrobras pela subsidiária Braskem, que integra a denúncia, ou a interceptação telefônica de aparelhos BlackBerry, cuja legalidade é contestada pelos advogados. 

Nenhum comentário: