quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Rui Falcão acusa Polícia Federal e Ministério Público Federal de perseguição a Lula e sua família

O presidente do PT, o comunista Rui Falcão (ele foi membro do POC - Partido Operário Comunista), disse nesta quarta-feira, 28, haver uma "perseguição inominável" e uma "manipulação" por parte do Ministério Público, da Polícia Federal, do Judiciário e de "setores da mídia" para incriminar o ex-presidente Lula X9 (ele delatava companheiros para o Dops paulista, durante a ditadura militar, conforme Romeu Tuma Jr, em seu livro "Assassinato de reputações") e sua família. Falcão chamou de "arbitrariedade" a operação de busca e apreensão conduzida pela Polícia Federal, na segunda-feira, no escritório de Luís Cláudio, o Lulinhazinho, filho caçula de Lula, e afirmou que a resolução a ser divulgada nesta quinta-feira pela cúpula do PT vai condenar essas ações. "Tem um monte de tubarão e você vai correr atrás de um peixinho que sequer tem provas contra ele?", perguntou o presidente do PT, numa referência aos grandes grupos empresariais investigados pela Operação Zelotes, da Polícia Federal. Para Rui Falcão, o filho de Lula está sendo acusado por uma "coisa transversal". "Há uma campanha direcionada para atingir o PT, a presidente Dilma e o Lula", insistiu ele. Lula vai participar nesta quinta-feira de uma reunião do Diretório Nacional do PT, em Brasília, e fará um pronunciamento em defesa do partido, do seu legado e do governo Dilma Rousseff. Novamente: no jatinho de quem Lula viajou para Brasília? Nos últimos dias, o ex-presidente tem cobrado uma reação forte dos petistas aos ataques contra ele, Dilma e o partido. "Não podemos admitir que gente que roubou a vida inteira venha a chamar o PT de ladrão. A gente não pode permitir isso", disse o ex-presidente, no último dia 22, em discurso para militantes, no Piauí.


Após a reunião da Executiva Nacional do PT, nesta quarta-feira, Rui Falcão disse não estar preocupado com o parecer da área técnica da Câmara dos Deputados, que deve recomendar o impeachment de Dilma. Cabe ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dar ou não sequência ao pedido. "Não há base jurídica e legal para o impeachment. Isso é mais um factóide que a oposição quer criar, precipitando uma crise política na linha do quanto pior, melhor", afirmou Falcão. Apesar das cobranças de oito correntes petistas, que pedem a cassação do mandato de Cunha no Conselho de Ética, a cúpula do PT não deve condenar publicamente o deputado, suspeito de manter contas secretas na Suíça com dinheiro desviado da Petrobrás. A estratégia do PT e do governo consiste em ganhar tempo para não provocar o presidente da Câmara, que tem o poder de dar o pontapé inicial no impeachment. "Como eu vou ficar julgando quem sequer é réu do Supremo Tribunal Federal ainda?", perguntou Falcão: "Está certo que não dão esse tratamento para nós. Nós somos sempre culpados até prova em contrário...". E dizer que esse cara é jornalista e foi chefe de redação da revista Exame, a bíblia do capitalismo brasileiro, durante tantos anos. As críticas à política econômica serão mantidas pela cúpula do PT na resolução final do partido, que será aprovada nesta quinta-feira, mas o coro pela demissão do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, será abafado, a pedido do Palácio do Planalto. Lula e Falcão defenderam recentemente a substituição de Levy. O ex-presidente chegou a dizer até mesmo que o prazo de validade do titular da Fazenda estava vencido. "Reiteramos que precisamos fazer mudanças na política econômica, mas não vamos fulanizar esse debate", disse Falcão.

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