domingo, 11 de outubro de 2015

Supremo aprova delação premiada do lobista Fernando Baiano



O Supremo Tribunal Federal homologou na quinta-feira (8) o acordo de delação premiada feito pelo lobista ligado ao PMDB, Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, com a Procuradoria Geral da República. Com isso, Baiano, que está preso desde novembro de 2014 em Curitiba (PR), será liberado em 18 de novembro e seguirá para sua casa, no Rio de Janeiro, onde cumprirá um ano de pena em regime domiciliar fechado com tornozeleira eletrônica. Em 2016, irá para o regime domiciliar semi-aberto, ainda com tornozeleira, e em 2017 para o semi-aberto com possibilidade de não utilizar o equipamento. Na colaboração ficou acordado que o lobista perderá o valor de R$ 8,5 milhões que foi bloqueado de sua conta quando foi preso na Operação Lava Jato. Ele será parte da multa que o Baiano se comprometeu a pagar na colaboração premiada. Além disso, o lobista desembolsará mais R$ 5 milhões e uma casa que tem em Trancoso, no litoral baiano. No seu acordo de delação premiada, Baiano relatou que o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, procurou-o para resolver problemas de dívidas do PT na campanha de 2006. O Banco Schahin fez um empréstimos de R$ 6 milhões ao pecuarista para resolver o débito. Contratos assinados pela diretoria internacional da Petrobras com a Schahin serviram para compensar o empréstimo, segundo relato de investigadores que ouviram os depoimentos de Baiano. Sem ter experiência com sondas de exploração de petróleo, a Schahin conquistou um contrato na Petrobras de R$ 1,6 bilhão. O lobista também contou que foi ele quem conseguiu os R$ 2 milhões que o ex-ministro Antonio Palloci havia pedido em 2010 para a primeira campanha da presidente Dilma Roussef. Os recursos não foram declarados. A primeira menção ao suposto pedido de Palocci havia sido feita pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, mas ele dizia que o pagamento havia sido feito pelo doleiro Alberto Youssef. O doleiro dizia que não fora ele quem fizera o repasse, mas afirmou na CPI da Petrobras que um delator esclareceria a questão. Estava falando de Baiano, segundo os investigadores que acompanhavam os depoimentos de operador. 

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