quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Ditador Nicolas Maduro critica "ataques imperialistas" após prisão de sobrinhos de mulher

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que a operação norte-americana que deteve dois sobrinhos da primeira-dama sob acusação de tráfico de cocaína reflete supostos ataques imperialistas contra seu governo. Os dois foram levados para os Estados Unidos para enfrentar acusações de narcotráfico e foram indiciados nesta quinta-feira (12), em Nova York. Maduro usou duas plataformas para negar as acusações envolvendo os parentes, mas sem fazer menção explícita ao caso. No Twitter, ele escreveu que "nem ataques nem emboscadas imperialistas podem afetar o povo dos libertadores", numa referência a Simón Bolívar e outros heróis da guerra que libertou a Venezuela do domínio espanhol no século 19. 
 

Maduro também abordou o tema um discurso no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. "Não é a primeira vez que algum funcionário por aí lança acusações temerárias tomadas da agenda de ataques mundiais da mídia imperial contra a pátria de Simon Bolívar. E não será a primeira vez que derrubaremos as mentiras com a poderosa força da verdade que tem a nossa pátria", disse Maduro. Sobrinhos de Cilia Flores, mulher do ditador, Efraín Campos e Francisco Flores, foram presos no Haiti na terça-feira a bordo de um avião privado que levava 800 kg de cocaína. A rede de TV CNN relata que eles se apresentaram imediatamente como sobrinhos da primeira-dama e mostraram passaporte diplomático ao ser interceptados por funcionários da DEA, a agência federal antidrogas dos Estados Unidos. Os agentes teriam respondido que a imunidade não se aplica em casos de flagrante violação das políticas antidrogas. Não é a primeira vez que surgem suspeitas de envolvimento de pessoas ligadas ao governo venezuelano com o narcotráfico. No início deste ano, o jornal americano "The Wall Street Journal" revelou que a Justiça dos Estados Unidos já investiga vínculos do presidente da Assembléia Nacional, Diosdado Cabello, e de outros altos funcionários de Caracas com o narcotráfico. Reportagem mais recente do "WSJ" afirmou que autoridades em Andorra investigam possível uso da estatal petroleira PDVSA para lavar dinheiro do narcotráfico. A DEA afirma que a Venezuela se transformou numa das maiores plataformas de comércio de cocaína para os EUA e Europa. 

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