sábado, 14 de novembro de 2015

Gol vai cortar vôos regulares para Miami e Orlando a partir de 2016



A Gol deixará de operar vôos regulares para Miami e Orlando, ambos nos Estados Unidos, a partir de fevereiro do ano que vem. Prejudicada pela desaceleração da economia brasileira e a alta do dólar acumulada em 2015, a companhia aérea registrou prejuízo de R$ 2,13 bilhões no terceiro trimestre, um salto ante o saldo negativo de R$ 245,1 milhões no mesmo período do ano passado. Hoje, a Gol realiza 14 vôos semanais para as duas cidades norte-americanas. Após o dia 19 de fevereiro, essas rotas passarão as ser operadas de forma sazonal. Isso significa que só será possível viajar para estes destinos durante a alta temporada brasileira — de dezembro a fevereiro e de junho a agosto. As operações da aérea em Caracas, na Venezuela, também estão sendo reavaliadas. Os vôos para a capital venezuelana terão a frequência reduzida para uma vez por semana. A rota ainda pode ser extinta. A operação regular da companhia para Punta Cana, na República Dominicana, será mantida, e a Gol estuda ainda novos vôos para a Argentina e a operação de vôos para Cuba. "Estes ajustes visam ainda aperfeiçoar a utilização dos recursos da companhia em rotas mais procuradas", afirma a companhia, em comunicado. A Gol prevê reduzir a oferta no mercado doméstico entre 5% e 7% no quarto trimestre e, no mercado internacional, entre 7% e 8%. De acordo com o comunicado, os passageiros com bilhetes já emitidos nas rotas que sofrerão alterações serão procurados e reacomodados em outros vôos da companhia. Também será possível pedir o reembolso integral da passagem. Em teleconferência com jornalistas na quinta-feira (12), o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, disse acreditar que o pior cenário para a companhia ficou para trás após a empresa aérea ter anunciado ajustes na oferta, na malha e prever redução no tamanho da frota, buscando se adaptar ao cenário ruim da economia brasileira. Kakinoff disse ser impossível prever o cenário macroeconômico para os próximos períodos, mas disse esperar que a volatilidade de 2015 não se repita em 2016, apesar de uma recuperação mais forte da economia não estar no radar. "Do primeiro para o segundo trimestre, a companhia sentiu a velocidade com que o cenário se deteriorou. Evidentemente, (agora) a inércia do setor aéreo para readequar a oferta ocorre em uma velocidade menor do que com as variações abruptas que experimentamos", afirmou. Com os ajustes que já começaram a ser implementados, Kakinoff disse que "o tamanho da frota, oferta, nossa malha e estrutura de custos permitem afirmar que o pior cenário ficou para trás". A Gol revisou para baixo sua projeção de margem operacional em 2015. Além disso, também anunciou que dos quinze Boeing 737-800 NG programados para entre 2016 e 2017, quatro aeronaves serão incorporadas à frota no período. A empresa ainda fará subleasing de 12 aeronaves em 2016 às aéreas estrangeiras durante a baixa temporada no Brasil, ante 7 em 2015. Kakinoff também disse que a companhia implementou redesenho da estrutura de pessoal, com redução de camadas de postos executivos, e não deve realizar nos próximos períodos a reposição da saída natural de funcionários da empresa, assim como congelar contratações.

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