terça-feira, 3 de novembro de 2015

Greve na Petrobrás já parou 23 plataformas da Bacia de Campos



Os trabalhadores em greve querem da Petrobras querem impedir a venda de ativos da petroleira e a perda de postos de trabalho RIO - Das 44 plataformas instaladas na Bacia de Campos para a produção de petróleo e gás natural, 23 tiveram o funcionamento completamente interrompido durante a greve liderada pela petista Federação Única dos Petroleiros (FUP). Outras oito plataformas operam parcialmente. Com isso, cerca de 500 mil barris de petróleo por dia (bpd) deixaram de ser produzidos desde o início do movimento, às 19h deste domingo, 1º de novembro, estima o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), ligado à federação. O volume representa 25% da produção total da Petrobrás. Em cinco plataformas da Bacia de Campos, a produção está sendo mantida por pessoal de contingência selecionado pela Petrobrás. O diretor do Sindipetro-NF, Leonardo Ferreira, acusa a empresa de escalar para o trabalho funcionários que ocupam cargos de coordenação, sem experiência na rotina operacional. Em nota oficial, a Petrobrás informou que toma medidas para garantir "a segurança dos trabalhadores e das instalações" e também para manter abastecido o mercado interno de combustíveis. Segundo a empresa, as consequências da greve ainda são avaliadas. "Em alguns locais, estão ocorrendo bloqueios de acessos, cortes de rendição de turno e ocupação", traz o comunicado da Petrobrás. A produção na Bacia de Campos poderá parar, caso a direção da Petrobrás se negue a negociar com os petroleiros, disse Ferreira, do Sindipetro-NF. Ao mesmo tempo, ele nega que seja essa a intenção dos grevistas. "O que queremos, de fato, é forçar a direção a sentar com os trabalhadores para conversar. Como o mercado será abastecido é um problema da Petrobrás, não nosso", afirmou. A Bacia de Campos responde por pouco mais de 70% da produção nacional de petróleo dos 2 milhões de bpd de petróleo extraídos no País. Para paralisar totalmente o Norte Fluminense, os grevistas ainda têm que intervir no funcionamento de sete plataformas, que hoje estão em pleno funcionamento.  A pauta de reivindicação da FUP não inclui ganhos trabalhistas, mas tem caráter político, segundo Ferreira. O alvo é o plano de desinvestimento da Petrobrás. Os sindicalistas querem evitar a venda de ativos da petroleira e a perda de postos de trabalho. No mês passado, a direção da Petrobrás anunciou que o conselho de administração aprovou a venda de 49% da Gaspetro, subsidiária de distribuição de gás natural, e que ainda procura um sócio para a BR Distribuidora. Essa tem sido a solução apresentada pela Petrobrás em resposta ao alto endividamento que compromete a sua capacidade de investimento.

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