sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Juventude petista esqueceu de homenagear Marcola e al-Baghdadi

Por Reinaldo Azevedo - Ah, sim. No tal Trigésimo Congresso Nacional da Juventude do PT, enquanto esperavam por Lula, os jovens petistas entoavam gritos de “Fora, Cunha” e “Fora, Levy”. Além disso, pediam o rompimento da legenda com seu principal aliado, o PMDB. Na arquibancada do ginásio onde ocorreu o congresso, havia também uma faixa gigantesca onde se podia ler o seguinte: “Guerreiros do povo brasileiro”. E seguia a lista de guerreiros, a saber: José Dirceu, José Genoino, João Paulo Cunha, João Vaccari Neto e Delúbio Soares. Isso não é piada. É de verdade! Não eram humoristas sacaneado o PT. Faltou incluir Marcola e Abu Bakr al-Baghdadi. Bem, quem sai a seus líderes políticos não degenera a estirpe, não é mesmo? Na entrevista que concedeu à revista Playboy em 1979, os jornalistas quiseram saber quais eram os líderes que Lula admirava. Leia a sequência:
(…)
Playboy – Há alguma figura de renome que tenha inspirado você? Alguém de agora ou do passado?

Lula [pensa um pouco] – Há algumas figuras que eu admiro muito, sem contar o nosso Tiradentes e outros que fizeram muito pela independência do Brasil (…). Um cara que me emociona muito é o Gandhi (…). Outro que eu admiro muito é o Che Guevara, que se dedicou inteiramente à sua causa. Essa dedicação é que me faz admirar um homem.

Playboy – A ação e a ideologia?

Lula – Não está em jogo a ideologia, o que ele pensava, mas a atitude, a dedicação. Se todo mundo desse um pouco de si como eles, as coisas não andariam como andam no mundo. (…)

Playboy – Alguém mais que você admira?

Lula – [pausa, olhando as paredes] – O Mao Tse-Tung também lutou por aquilo que achava certo, lutou para transformar alguma coisa.

Playboy – Diga mais…

Lula – Por exemplo… O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer.

Playboy – Quer dizer que você admira o Adolfo?

Lula – [enfático] Não, não. O que eu admiro é a disposição, a força, a dedicação. É diferente de admirar as idéias dele, a ideologia dele.

Playboy – E entre os vivos?

Lula – [pensando] – O Fidel Castro, que também se dedicou a uma causa e lutou contra tudo.

Playboy – Mais.

Lula – Khomeini. Eu não conheço muito a coisa sobre o Irã, mas a força que o Khomeini mostrou, a determinação de acabar com aquele regime do xá foi um negócio sério.

Playboy – As pessoas que você disse que admira derrubaram ou ajudaram a derrubar governos. Mera coincidência?

Lula – [rápido] – Não, não é mera coincidência, não. É que todos eles estavam ao lado dos menos favorecidos.

(…)

Playboy – No novo Irã, já foram mortas centenas de pessoas. Isso não abala a sua admiração pelo Khomeini?

Lula – É um grande erro… (…) Ninguém pode ter a pretensão de governar sem oposição. E ninguém tem o direito de matar ninguém. Nós precisamos aprender a conviver com quem é contra a gente, com quem quer derrubar a gente. (…) É preciso fazer alguma coisa para ganhar mais adeptos, não se preocupar com a minoria descontente, mas se importar com a maioria dos contentes.

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