sábado, 7 de novembro de 2015

Ministro diz que ameaça de greve de caminhoneiros tem "viés político", o que é uma monumental estupidez




O ministro da Justiça, o "porquinho" petista José Eduardo Cardozo, afirmou na quinta-feira (5) que a greve dos caminhoneiros programada para a próxima segunda-feira (9) tem sido motivada por grupos independentes com um "viés político muito forte". Que monumental estupidez para ser dita por um ministro de Estado. Todas as greves sempre são políticas. Preocupado com o impacto da paralisação no abastecimento de produtos no País e no agravamento do quadro de recessão econômica, o governo federal tem monitorado a movimentação dos grevistas e aberto canal de diálogo com líderes do movimento para tentar evitá-la. "A maior parte dos sindicatos (tudo pelêgos) é contra a greve e nós vemos nisso um movimento que efetivamente tem viés político muito forte. Nós estamos acompanhando a movimentação dentro daquilo que costumamos fazer", disse o ministro. O tema foi objeto de discussão em reunião, na terça-feira (3) em Brasília, da presidente Dilma Rousseff com ministros e líderes do governo no Congresso Nacional. A mais recente manifestação de caminhoneiros ocorreu em abril deste ano e durou cinco dias, gerando bloqueios em estradas e prejudicando o abastecimento em algumas cidades. Na ocasião, o movimento perdeu força após o governo prometer intermediar a negociação, com o setor contratante, de uma tabela referencial de preços do frete. Desta vez, a ordem da presidente é monitorar os movimentos para que nenhuma paralisação desse tipo pegue o governo de surpresa.  


No final de outubro, o Comando Nacional do Transporte, grupo de caminhoneiros que se declara independente de sindicatos, divulgou nota em seus perfis nas redes sociais prometendo greve geral para o dia 9. Segundo o comunicado, os principais movimentos que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff, como o Vem Pra Rua, o Revoltados Online e o MBL (Movimento Brasil Livre), apóiam a paralisação da classe. Esse apoio é outra preocupação do Planalto, porque pode gerar uma agenda política negativa no momento em que perdeu força, dentro do Congresso, a estratégia da oposição para tentar abrir um processo de impedimento contra a presidente. O grupo de caminhoneiros reivindica desde o início do ano a redução do preço do óleo diesel, a criação do frete mínimo, salário unificado em todo o País e a liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50 mil para transportadores autônomos. Querem também ajuda federal para refinanciamento de dívidas de compra de seus veículos. A página do Facebook do Comando Nacional do Transporte conta hoje com cerca de 25,5 mil seguidores.

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