domingo, 8 de novembro de 2015

Moro desmembra parte de ação que envolve ex-executivo da Odebrecht

Celso Araripe vai responder em processo separado dos demais
O juiz federal Sérgio Moro desmembrou parte de uma das ações penais a que respondem executivos e ex-executivos da Odebrecht na Operação Lava Jato. Paulo Boghossian, ex-executivo da empreiteira, Celso Araripe e Eduardo Freitas Filho vão responder pelos crimes que foram acusados em processo diferente do que responde, por exemplo, o presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht. No despacho, o juiz considerou que os crimes imputados aos três não tem relação com os demais contratos da Odebrecht com a Petrobras denunciados pelo Ministério Público Federal. Segundo Moro, a medida se justifica ainda pois, ao contrário de outros réus do processo, os três respondem ao processo em liberdade. Boghossian, Araripe e Freitas Filho são acusados de irregularidades em contrato da Petrobras com um consórcio do qual a Odebrecht fazia parte para construção do prédio sede da estatal em Vitória (ES). A denúncia diz que 1% do valor do contrato seria pago em propina para a Diretoria de Serviços, e R$ 3 milhões a Celso Araripe. Araripe era o gerente do empreendimento pela Petrobras, e foi acusado de corrupção passiva e lavagem de capitais. Paulo Boghossian é ex-executivo da Odebrecht e foi denunciado por organização criminosa, corrupção ativa, e lavagem de capitais. Já Eduardo Freitas Filho é sócio-gerente da empreiteira Freitas Filho Construções e responde por lavagem de dinheiro. Os demais contratos da Odebrecht investigados no mesmo processo são relacionados à Diretoria de Abastecimento, então comandada por Paulo Roberto Costa. “Quanto à Diretoria de Serviços e Engenharia, (...) o acusado Pedro Barusco, declarou que, embora tenha solicitado propina no referido contrato, ela não chegou a ser paga pela Odebrecht”, considerou Moro. Ainda com relação à Odebrecht, o juiz apontou que a obra, ao contrário das demais, não pertencia à área da Odebrecht Plantas Industriais, ocupada por outros executivos acusados no processo. Mesmo com o desmembramento, a nova ação penal segue sob o comando de Sérgio Moro. As futuras sentenças, porém, já não estão mais relacionadas.

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