segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Polícia faz busca por terroristas em subúrbio de Bruxelas


A polícia da Bélgica realizou nesta segunda-feira (16) uma operação antiterror em Molenbeek, subúrbio de Bruxelas, para buscar suspeitos de envolvimento com os atentados em Paris. Molenbeek concentra muitos imigrantes muçulmanos e é considerado um foco de radicalização de jovens. O distrito se tornou centro das investigações sobre os ataques na França após a descoberta de que ao menos dois extremistas ligados aos atentados viviam na área. 


Após os atentados de sexta-feira (13) em Paris, que deixaram 129 mortos e centenas de feridos, o ministro do Interior belga, Jan Jambon, declarou que está pronto para "fazer uma limpeza na área" de Melenbeek. Sete suspeitos foram presos no país desde então. Segundo repórteres da emissora americana CNN, a polícia fechou na manhã desta segunda-feira ao menos duas ruas do distrito. Agentes mascarados e altamente armados cercaram um prédio e ordenaram que seus ocupantes deixassem do local. Duas pequenas explosões foram ouvidas durante a operação.  O prefeito da localidade, Françoise Schepmans, confirmou à radio estatal RTBF que a polícia belga encerrou a operação em Molenbeek. As autoridades cumprem um mandado internacional de busca por Salah Abdeslam, de 26 anos, que nasceu em Bruxelas e tem cidadania francesa. Ele alugou o Volkswagen Polo preto que levou terroristas à casa de shows Bataclan, onde foram mortas 89 pessoas. A rádio privada belga RTL havia reportado nesta segunda-feira a prisão de Abdeslam. Entretanto, em poucos minutos, a RTBF desmentiu a informação, dizendo que o suspeito continua foragido. Quatro oficiais franceses disseram no domingo (15) que a polícia havia questionado e liberado Abdeslam em um carro na fronteira franco-belga, horas depois dos ataques. As autoridades belgas liberaram nesta segunda-feira Mohamed Abdeslam, irmão de Saleh e de um homem-bomba que se explodiu em um restaurante durante os ataques em Paris, informou sua advogada à RTBF. Ela disse que seu cliente "não fez as mesmas escolhas de vida" que seus irmãos. Uma fonte próxima à investigação francesa disse nesta segunda-feira que Abdelhamid Abaaoud, cidadão belga que está atualmente na Síria, "aparenta ser o cérebro por trás" dos ataques em Paris. De acordo com a RTL, Abaaoud tem 27 anos e nasceu em Molenbeek. O chanceler belga, Didier Reynders, disse a jornalistas nesta segunda-feira que "é necessário trocar mais e mais inteligência" para "encontrar as pessoas com alto nível de radicalização". O ministro defendeu que as autoridades realizem "mais e mais ações" em Molenbeek. A Bélgica é o país europeu que produz o maior número de combatentes islamitas em proporção à sua população. Nessa nação de 11 milhões de habitantes, já foram identificados 494 jihadistas. De acordo com autoridades belgas, 272 estão na Síria e no Iraque; presume-se que 75 estejam mortos, 134 tenham voltado para a Europa e 13 a caminho do continente.

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