sábado, 28 de novembro de 2015

Tribunal Regional Federal em Porto Alegre nega liberdade ao amigão de Lula, o pecuarista José Carlos Bumlai


O Tribunal Regional Federal em Porto Alegre negou, na noite desta sexta-feira (27), a liberdade ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigão de Lula e de sua família, preso preventivamente na terça-feira (24) na Operação Lava Jato. A defesa de Bumlai tinha argumentado que a prisão é ilegal e política, e foi decretada sem provas concretas "em nome do extermínio da corrupção". Para os advogados, ela se compara às ações da ditadura militar contra comunistas, que foram eleitos na época "os grandes inimigos públicos" da sociedade. Esses advogados perderam o juizo. O juiz João Pedro Gebran Neto, porém, que julgou o pedido de habeas corpus, entendeu que a gravidade dos fatos investigados, num "esquema de corrupção sistêmica", justifica a manutenção de Bumlai na prisão. Ele ainda destacou que os depoimentos de colaboradores que apontam a participação do pecuarista no esquema "não são isolados", já que cinco pessoas narram os mesmos fatos e que também há provas documentais. Bumlai é investigado por ter feito empréstimos em seu nome e de suas empresas que seriam destinados a agentes políticos, por meio de saques milionários em espécie. "Transparece a gravidade concreta dos crimes investigados e os efetivos riscos à investigação e à instrução penal, o que atrai a necessidade de decretação da prisão preventiva", escreveu Gebran Neto. O magistrado também pontua que a prisão é necessária para inibir a possibilidade, por Bumlai, do "uso indevido da proximidade com figuras exponenciais da política nacional" – o investigado é amigo pessoal do ex-presidente Lula. A decisão ainda é liminar –ou seja, provisória. O mérito do habeas corpus ainda será julgado adiante.

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