domingo, 6 de dezembro de 2015

BTG quer vender R$ 22 bilhões em carteiras de crédito, diz agência


O banco BTG Pactual quer vender até R$ 22 bilhões em carteiras de crédito (empréstimos feitos pelo banco) para aumentar o dinheiro em caixa disponível em meio à crise que vive após a prisão de seu ex-controlador, André Esteves. A carteira total de financiamentos é de R$ 43 bilhões. Cerca de metade do valor, contudo, refere-se a garantias e, por isso, não pode ser vendida. O jornal britânico "Financial Times" também noticiou a venda massiva de créditos do banco neste domingo. Mas, de acordo com a publicação, o valor é ainda maior: R$ 50 bilhões. O BTG vem mantendo negociações com diversas instituições bancárias. O Bradesco arrematou créditos por R$ 1,15 bilhão. O Banco do Brasil é outra instituição que já acertou a compra de um lote de até R$ 1 bilhão e avalia se ampliará a aquisição para até R$ 2,5 bilhões em financiamentos, segundo executivos próximos às conversas. Itaú e Caixa Econômica Federal também estudam adquirir parte da carteira. Esteves, preso em 25 de novembro, é suspeito de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Receosos, investidores correram para sacar seu dinheiro. Cinco dias após a prisão, os fundos do BTG haviam registrado saída de R$ 12,2 bilhões. Para estancar a sangria, os sete principais sócios do banco assumiram o controle no lugar de Esteves e iniciaram uma operação de resgate. Além das carteiras de empréstimo, colocaram à venda participações em diversas empresas e acertaram com o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) um empréstimo de R$ 6 bilhões. Com essa linha, o BTG ganhará tempo para negociar a venda de negócios. O banco já vendeu sua participação na Rede D'Or, maior grupo de hospitais privados do País, por R$ 2,38 bilhões, e está disposto a repassar outras empresas. Em comunicado na sexta-feira (4), o BTG reconheceu que analisa a venda do recém-adquirido banco suíço BSI e de participações na empresa de recuperação de créditos Recovery, na varejista Leader, na rede de academias BodyTech, na companhia de compra e venda de imóveis comerciais BR Properties, na empresa de serviços navais Bravante e no UOL, empresa do Grupo Folha. O Pactual tem 5,9% de ações do UOL.

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