quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Dilma diz que Roraima será, enfim, ligada à rede nacional de energia



"Sempre falta energia, sempre mesmo. A gente não sabe o que é ficar semanas seguidas sem se preocupar com isso." A dona de casa Maria das Dores Gomes, 57, mora em Boa Vista (RR), único Estado que ainda é desconectado do sistema interligado nacional de energia elétrica. Dependente de energia fornecida pelo governo da Venezuela desde 2001 e de termelétricas, Roraima deverá finalmente ser interligada ao sistema em um prazo de três anos. O anúncio foi feito na tarde desta quarta-feira (9) pela presidente Dilma Rousseff na capital do Estado, onde esteve para entregar 2.992 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida. Para colocar Roraima no mapa energético brasileiro, será preciso fazer 721,4 quilômetros de linhas de transmissão, atravessando os Estados do Amazonas e Roraima, passando por nove municípios, entre eles as capitais dos dois Estados, Manaus e Boa Vista, respectivamente. A linha de transmissão também passa dentro de terras indígenas. Do total, 474,3 quilômetros estão em terras de Roraima e 247,1 quilômetros, no Estado vizinho. As obras serão feitas pelo consórcio Transnorte (formado por Alupar e Eletronorte) —valores não foram divulgados. A licença ambiental prévia foi assinada por Marilene Ramos, presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), e tem validade por cinco anos. Para que a obra possa ser executada, foi preciso que a governadora Suely Campos (PP) participasse de audiência pública com os povos indígenas Waimiri-Atroari e o presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), João Pedro Gonçalves da Costa. Para que sejam executadas construções em terras indígenas é preciso que a Funai emita carta de anuência, para avaliar possíveis impactos que possam decorrer da instalação e operação do empreendimento. Ela foi liberada no último dia 26. Segundo Dilma, "além de dar segurança para Roraima, não vai ficar faltando luz". Um dos temores do Estado é a Venezuela reduzir ainda mais o fornecimento de energia a Roraima, o que poderia gerar racionamento de energia. Embora tenha um contrato para o recebimento de 200 MWh de energia, Roraima alega que hoje, no limite, recebe 130 MWh, para um consumo de 189 MWh. A diferença está sendo suprida com o uso de termelétricas. Só neste ano foram inauguradas três. 

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