quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Fiança pendente custaria quase R$ 4 milhões a mais por ano a Marin


A demora do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, de 83 anos, em pagar a carta de fiança bancária de US$ 2 milhões (R$ 7,8 mi) como parte do acordo de prisão domiciliar se deve ao custo da transação, que pode chegar a mais de US$ 1 milhão (R$ 3,9 mi) em um ano. Submetido a uma das garantias mais onerosas (US$ 15 milhões) do caso de corrupção na Fifa denunciado pelo governo americano, o ex-cartola gastaria mais de US$ 1 milhão por ano com a exigência pendente. A fiança do ex-vice-presidente da Fifa, Jeffrey Webb, por exemplo, é de US$ 10 milhões. A de Aaron Davidson, ex-presidente da Traffic USA, é de US$ 5 milhões. Já Alejandro Burzaco, ex-presidente da Torneos, está submetido a uma garantia de US$ 20 milhões. O juiz Raymond Dearie se mostrou compreensivo e estipulou novo prazo: 15 de janeiro. Até lá, a defesa deve estudar uma contraproposta. Caso não haja entendimento, o acordo de prisão domiciliar pode ser desfeito, sob risco de Marin ir para a prisão. O réu já desembolsou US$ 1 milhão da fiança previsto no acordo. Ele custeia ainda a tornozeleira eletrônica, câmeras de vigilância em seu apartamento e segurança privada que o monitora permanentemente – este último item ao custo mensal de aproximadamente US$ 90 mil (R$ 350 mil), de acordo com serviços similares credenciados pela corte. A carta de fiança é uma espécie de empréstimo do banco, que assegura ao beneficiário que o valor será depositado mediante algumas condições. No caso de Marin, se ele fugir ou não respeitar o acordo com a Justiça, o banco que assinar sua carta de fiança pagaria os US$ 2 milhões. Mas, para a instituição aceitar o negócio, Marin tem de pagar o equivalente a 4,5% do valor por mês –o primeiro ano deve ser adiantado, o que supera US$ 1 milhão. Com a inclusão de novos réus, como Ricardo Teixeira, o processo deverá demorar mais do que o ano e meio previsto inicialmente. Advogados calculam agora pelo menos dois anos e meio. Isso significa que a carta de fiança poderia custar o dobro de seu valor ao réu ao final do período. O ex-presidente da CBF foi extraditado para os Estados Unidos em 3 de novembro, após cinco meses preso na Suíça. Ele é acusado pelo governo americano de participar de um esquema mundial de propinas e subornos no âmbito de comercialização de jogos e direitos de marketing de competições. Marin se declara inocente.

Nenhum comentário: