sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Impeachment pode "cassar" recesso parlamentar

Após a aceitação do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, líderes de partidos da oposição, como DEM e PSDB, e da base governista, o PT incluído, passaram a defender que o recesso parlamentar de cinquenta dias programado a partir de 22 de dezembro seja suspenso. A oposição quer acelerar a votação do processo ao máximo. A base de Dilma, por sua vez, pretende enterrar a denúncia o mais rápido possível para não paralisar o governo. O cancelamento do recesso, porém, depende de votação no plenário e acordo com os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff é um elemento adicional para a já pressionada inflação no próximo mês ou até mesmo para os meses seguintes, segundo o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas. "É um componente de instabilidade que pode ter impactos em contratos ou em produtos que são influenciados pelo câmbio", analisou. Apesar da queda do dólar ante o real nesta quinta-feira, o economista da Fipe acredita que este movimento pode não se sustentar. "Com isso, pode se gerar nova pressão em itens que até já estão pressionados", disse, ao citar como exemplo o açúcar, que subiu cerca de 13% na capital paulista. "Acho difícil o processo ser definido em dezembro, o que vai acabar gerando algum repasse de preço em alguma medida", completou. Além disso, o economista da Fipe acredita que, além da inflação elevada em 2015, a abertura de impeachment elimina qualquer possibilidade de aumento nos preços dos combustíveis este ano. "No meio desse processo, imagino que o governo não vai querer criar ainda mais indisposição", avaliou.

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