sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Mais de 40 auditores fiscais do Paraná são presos sob suspeita de corrupção

Pouco mais de 40 auditores fiscais do Paraná foram presos nesta quinta-feira (3) em uma nova fase da Operação Publicano, que investiga um esquema de corrupção na Receita Estadual. Os auditores são acusados de cobrar propinas milionárias de empresários em troca da anulação de dívidas com o Estado. Segundo o Ministério Público, a quadrilha atuava havia três décadas e faturava R$ 50 milhões por ano em propinas. Desta vez, estão sendo apuradas cobranças realizadas entre 2008 e 2014, que não foram contempladas em fases anteriores. No total, 47 mandados de prisão estão sendo cumpridos. Outras 52 pessoas tiveram que prestar depoimento sobre os fatos –na maioria, empresários suspeitos de terem pago a propina, residentes no Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Cerca de 35 dos presos na ação desta quinta-feira já estavam sendo investigados em outras operações. A Justiça ainda determinou a quebra de sigilo bancário de 19 pessoas. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em gabinetes da Receita Estadual, residências e num escritório de advocacia. Há suspeita de que o esquema também abasteceu campanhas políticas, inclusive a do atual governador, Beto Richa (PSDB), segundo o depoimento de um auditor que colabora com as investigações. O tucano nega a acusação e argumenta que as contas de sua campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. Richa também já declarou ser favorável às investigações, para que os fatos sejam esclarecidos. Os auditores investigados são alvo de um processo administrativo na Receita Estadual, que já emitiu R$ 750 milhões em multas por impostos que deixaram de ser pagos com o esquema. Os nomes dos presos não foram divulgados pelo Ministério Público.

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