terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Oposição vence o primeiro round de lavada e controlará comissão do impeachment da petista Dilma na Câmara dos Deputados

A oposição venceu a eleição para a escolha da chapa que irá controlar a comissão especial que irá analisar o pedido de impeachment da presidente petista Dilma Rousseff, por 272 votos contra 199. Governistas disputavam com uma chapa com 47 nomes. A oposição e dissidentes da base reuniram 39 deputados. Os titulares das vagas remanescentes – a comissão terá 65 deputados – serão escolhidos posteriormente. Uma série de confusões e brigas físicas dentro do plenário da Câmara marcou o início da sessão desta terça-feira (8). Favorável ao impeachment, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), iniciou a sessão e abriu a votação rapidamente, sem discursos e sem aceitar o questionamento dos governistas, o que irritou parlamentares do PT e de partidos aliados a Dilma. Eles queriam que a votação fosse aberta, não secreta, como definiu Eduardo Cunha, e ingressaram no Supremo Tribunal Federal para tentar mudar o modo de votação. A votação, porém, ocorreu secretamente. Quando Eduardo Cunha iniciou a votação, deputados do PT se postaram então em frente às 14 cabines de votação instaladas no plenário para evitar que os deputados de oposição votassem. Houve empurra-empurra e troca de ofensas. Três urnas chegaram a ser quebradas. Parlamentares da oposição levaram imagens do boneco Pixuleco (do ex-presidente Lula vestido de presidiário) ao plenário e chegaram a exibi-los ao lado da mesa da Presidência. O receio do Palácio do Planalto era que, em uma escolha secreta, a chapa oposicionista fosse eleita, o que acabou ocorrendo. Isso pode significar uma ameaça a Dilma Rousseff, já que a maioria dos integrantes do grupo vencedor é favorável ao afastamento da presidente. Após o resultado, será realizada eleição suplementar, não necessariamente nesta terça, para completar as vagas restantes –se a governista vencer, por exemplo, restarão ainda 18 vagas para que seja atingido o número de integrantes da comissão, que é de 65 parlamentares. A chapa governista foi indicada pelos líderes dos principais partidos aliados e reúne 19 partidos. Dois deputados foram indicados pelo PSC para essa chapa – Marco Feliciano (PSC-SP) e Eduardo Bolsonaro (RJ) –, mas eles assinaram a lista dos oposicionistas. Logo, ficarão nesta última. Sob o mote "Unindo o Brasil", a chapa da oposição e dos dissidentes reúne 13 partidos – incluindo os dissidentes do PMDB de Michel Temer, que está rachado entre apoiar a petista e engrossar o "fora Dilma".

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