quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Paralisia política agrava crise no Brasil, diz presidente da Vale



O presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou que a crise econômica no Brasil é agravada pela "turbulência política" e criticou a paralisia do Legislativo. "A elite política no Brasil fica muito concentrada nos aspectos políticos e as pessoas ficam aguardando votações importantes no Congresso brasileiro, que podem dar certo alívio para esse cenário de sofreguidão, e acabam sendo postergadas. Isso não é bom. Adiciona um componente negativo ao cenário de desaceleração para os produtos brasileiros", afirmou em entrevista, durante evento da mineradora na Bolsa de Nova York, nesta terça-feira (1). Ferreira observou que a desvalorização das commodities terá impacto na já debilitada economia nacional com a redução da arrecadação tributária pelo governo federal. "O senhor imagina o que a Vale pagava de imposto de renda com o minério [de ferro] a US$ 191 [em 2011] e o que pagará com o minério a US$ 40 [valor atual]. Além de investir menos, certamente pagará menos impostos, o governo tem menos receita. Não é só a Vale. É o produtor de óleo, de açúcar, de álcool, café, todo o setor de commodities, que está sendo prejudicado". Ao comentar a queda valor da ação da mineradora a R$ 10,63 na segunda-feira (30), ele apontou o declínio nos preços de commodities e o impacto do rompimento da barragem em Mariana (MG) da Samarco, mineradora controlada pela Vale e pela BHP. "Estamos em um processo de declínio dos preços das ações das principais mineradoras. O 'valuation' [avaliação] das mineradoras, de modo geral, no mundo todo, está repercutindo [o fim do superciclo]", disse. "Sem deixar de considerar que a gravidade do assunto de Mariana certamente teve impacto sobre nossas ações e as ações da BHP." Ferreira, contudo, se disse "contra estratégia de marketing" para conter a desvalorização. "Sabe o que tem que ser feito? Limpar o rio e restaurar a dignidade das pessoas que foram afetadas."

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