quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Prêmio Nobel da Paz fica com "Quarteto da Tunisia"

O Prêmio Nobel da Paz foi entregue nesta quinta-feira (10), na Suécia, ao Quarteto do Diálogo Nacional da Tunísia. O grupo foi premiado por ter salvado a transição democrática na Tunísia por meio do diálogo, um método que os agraciados desejam ver aplicado na Síria e na Líbia. "As armas, no final das contas, só levam à destruição", declarou Abdessatar Ben Moussa, presidente da Liga Tunisiana dos Direitos Humanos (LTDH). "Na Líbia, por exemplo, fala-se agora de um certo diálogo (...). É preciso resolver as situações nos países vizinhos por meio do diálogo com a sociedade civil e com a sociedade política, deixando de lado, é claro, as facções terroristas", acrescentou.
 

"Hoje temos uma necessidade enorme de diálogo entre as civilizações e de uma coexistência pacífica, respeitando a diversidade e a diferença. Hoje, precisamos fazer da luta contra o terrorismo uma prioridade absoluta", declarou, por sua vez, Houcine Abassi, secretário-geral do sindicato UGTT, um dos componentes do quarteto. O quarteto, formado pelo sindicato UGTT, pela Confederação da Indústria, Comércio e Artesanato da Tunísia, pela Liga Tunisiana dos Direitos Humanos e pela Ordem dos Advogados do país, recebeu o prêmio das mãos da presidente do comitê do Nobel, Kaci Kullmann Five. Sob um forte esquema de segurança em razão de ameaças terroristas, a cerimônia começou às 13h locais (10h de Brasília) na Prefeitura de Oslo (Noruega), na presença do rei Harald. O Quarteto organizou um longo e complicado diálogo nacional entre os islamitas e seus opositores, obrigando-os a tirar o país da paralisia institucional na qual estava afundado após a queda do regime autoritário de Zine El Abidine Ben Ali, em 2011. Uma nova Constituição foi adotada no início de 2014, e um Executivo formado por tecnocratas sucedeu o governo dirigido pelos islamitas do Ennahda –vencedores das primeiras eleições democráticas do paí s– para buscar uma saída para a crise política. A Tunísia conquistou sua transição política enquanto, ao seu redor a Primavera Árabe se transformava em caos na Líbia, no Iêmen e na Síria e a repressão retornava ao Egito, após a derrubada do regime facínora da Irmandade Muçulmana que pretendia aplicar a sharia no país. 

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