terça-feira, 1 de dezembro de 2015

“Reciclagem de capital” frustrada e a maré de azar no BTG


A sorte parece não estar mesmo do lado do BTG. Uma operação arrojada arquitetada pelo banco e vendida como solução para o financiamento de projetos de energia no Brasil micou – e, ao que tudo indica, a prisão de André Esteves não teve nada a ver com a história. Hoje, a Renova Energia, do grupo Cemig, anunciou que não vai levar à frente seu acordo para transferência de ativos para a americana SunEdison. No desenho intrincado feito pelo banco, e batizado de “reciclagem de capital”, os projetos eólicos da empresa passariam para uma nova empresa listada em bolsa nos Estados Unidos assim que se tornassem operacionais. Em troca, a Renova teria uma participação societária na companhia e ganharia dividendos, conseguindo uma fonte nova e mais barata de recursos para financiar novos projetos do zero. Nos últimos meses, contudo, o caldo começou a azedar. As ações da empresa listada nos Estados Unidos derreteram e escritórios de advocacia começaram a entrar com ações coletivas por prejuízos causados aos investidores. Oficialmente, a Renova alega que o que micou foi a venda da fatia de 16% de suas ações que pertenciam à Light — uma das condições precedentes do negócio. Agora, precisa correr contra o tempo para conseguir financiar os R$ 639,4 milhões em dívidas que vencem em 12 meses. Em caixa, tem apenas R$ 111,5 milhões. No mercado, outras empresas respiram aliviadas por não terem embarcado. O BTG tinha oferecido “solução” parecida para muitas delas. (Radar Veja)

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