sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Argentina prevê poupar R$ 10 bilhões com corte de subsídios de energia


O governo argentino prevê economizar até US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões) por ano com a retirada dos subsídios de energia. A medida faz parte do projeto do presidente, Mauricio Macri, de reduzir auxílios financeiros implementados na economia do país pela sua antecessora, a peronista populista muito incompetente Cristina Kirchner. O corte também ajudará, afirma o governo, a diminuir o deficit fiscal, que chegou a 7,1% do PIB em 2015. A meta é atingir 0,3% em 2019, quando Macri encerrará o mandato. 


Os subsídios kirchneristas eram criticados por incluírem classes mais altas no benefício e demandarem grande parte dos recursos do país. Além disso, segundo críticos, eles tinham como consequência a baixa dos investimentos no setor elétrico – com isso, cidades como a capital, Buenos Aires, convivem com frequentes apagões. Dados da consultoria Abeceb mostram que os subsídios corresponderam a 4,8% do PIB no ano passado, o que equivale a 234,4 bilhões de pesos (cerca de R$ 70 bilhões). Só o setor energético ficou com 3,2% desse total. Com a retirada dos auxílios, o preço da energia poderá subir até 350% na capital a partir desta segunda (1º). O aumento foi determinado apenas no valor da geração de energia. Nos próximos dias, deverão ser anunciados os incrementos na distribuição. Por isso, ainda não é possível saber qual será o reajuste final na conta de luz. A alta vai variar conforme o consumo de cada um. As classes mais baixas, segundo o governo, não serão afetadas pela medida e continuarão contando com o subsídio. Com a exclusão dos mais pobres, a popularidade do presidente argentino – que está em 64%, segundo a consultoria Poliarquía – não deverá ser prejudicada. "Macri tinha dito em sua campanha que cortaria os auxílios. O avanço no preço da energia, porém, poderá trazer dificuldades para que Macri consiga cumprir uma de suas principais promessas de campanha: a redução da inflação. No ano passado, ela atingiu 26,9% só na capital. Para 2016, o ministro da Fazenda, Alfonso Prat-Gay, prevê de 20% a 25% em todo o país. "É mais provável que ronde os 30%", diz Camilo Tiscornia, diretor da consultoria C&T. Analistas dizem que o governo fixou a meta em 25% para tentar segurar as negociações salariais entre trabalhadores e empresas, cujas rodadas começarão em março. O incremento na luz também não deverá fazer com que a população reduza o consumo de forma considerável, segurando a inflação. Como a energia foi subsidiada por muito tempo, as casas foram equipadas para demandar mais energia elétrica. No lugar da calefação a gás, por exemplo, utilizam aquecedores elétricos.

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