terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Cerveró diz que Dilma garantiu a Collor presidência e diretorias da BR Distribuidora


Nestor Cerveró, delator da Operação Lava Jato, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, disse aos investigadores que o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) disse a ele por volta de setembro de 2013 que a presidente Dilma Rousseff (PT) lhe garantiu que a presidência e as diretorias da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, estavam "à disposição" do parlamentar. Aliado do desgastado governo petista, Collor já foi denunciado na Operação Lava Jato e é suspeito de ter embolsado milhões de reais em propina no esquema do Petrolão do PT. Segundo a delação de Nestor Cerveró, o ex-ministro do governo Collor e operador financeiro do senador, Pedro Paulo Leoni Ramos, chamou o próprio ex-diretor da Petrobras a Brasília para uma reunião na notória Casa da Dinda e no encontro relatou a garantia dada pela presidente Dilma. Ainda conforme o delator, Collor informou na ocasião que não "tinha interesse em mexer" na presidência da BR nem nas diretorias da subsidiária preenchidas por indicação do PT, como o então presidente José Andrade Lima Neto, o então diretor de Mercado Consumidor, Andurte de Barros Duarte Filho, e o próprio Cerveró. Neste momento, o delator disse ter sido irônico e agradecido a atitude de Collor. O episódio, contudo, acabou provocando mal estar entre o ex-diretor da Petrobras e o senador alagoano. Conforme relato de Pedro Paulo Leoni Ramos, "Fernando Collor de Mello havia ficado chateado com a ironia do declarante, uma vez que pareceu que o declarante estava duvidando de que Fernando Collor de Mello havia falado com Dilma Rousseff". Na versão apresentada por Nestor Cerveró, ele percebeu, após o encontro na Casa da Dinda, que "Fernando Collor de Mello realmente tinha o controle de toda a BR Distribuidora" e que foi mantido na empresa "para que não atrapalhasse os negócios". O esquema protagonizado por Fernando Collor e Leoni Ramos envolvia, segundo Cerveró, a "base de distribuição de combustíveis de Rondonópolis/MT e o armazém de produtos químicos de Macaé/RJ". Em depoimento aos investigadores da Operação Lava Jato, Cerveró informou ainda que o PT nutria um "sentimento de gratidão" por ele por causa da intermediação que fez para a compra da sonda Vitoria 10.000 pelo grupo Schahin. A transação foi consolidada após o pagamento de propina a dirigentes da Petrobras e ao PT por meio de um empréstimo simulado pelo pecuarista e amigo do ex-presidente Lula, José Carlos Bumlai. "Em razão de o declarante ter viabilizado a contratação da Schahin como operadora da sonda Vitória 10.000, quando ainda era Diretoria Internacional da Petrobras, havia um sentimento de gratidão do Partido dos Trabalhadores", relatou Cerveró: "Como reconhecimento da ajuda do declarante nessa situação, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, decidiu indicar o declarante para uma diretoria da BR Distribuidora". Ainda conforme o delator Nestor Cerveró, em 2009, Lula atribuiu ao ex-senador e ex-presidente da José Eduardo Dutra a missão de "participar do esvaziamento da CPI da Petrobras", que havia sido criada para apurar irregularidades na estatal. "Para cumprir essa missão, José Eduardo Dutra deixou a presidência da BR Distribuidora", abrindo caminho para a nomeação de José Andrade Lima Neto, ex-secretário de Gás e Energia do peemedebista Edison Lobão no Ministério de Minas e Energia. Lima Neto acabou nomeado para o posto máximo na BR Distribuidora com o apoio político do PT, PMDB e PTB.

2 comentários:

Universidade de Direito á Distância disse...

Uma serpente de sete cabeças: decifra-me ou te devoro!
Com a grana da Petrobrás compraram os congressistas,compraram os militares,comprara a fraude nas eleições presidenciais,compraram os miseráveis com bolsa família.Não é atoa que os partidos majoritários são três em "um".Roubo isonômico.

Universidade de Direito á Distância disse...

Se a Petrobrás está na lona,imagina os destroços da estatais?