quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Deu ruim pra Zé Dirceu… Delator diz que petista viajou 113 vezes em seus aviões. E que aquilo era propina

Por Reinaldo Azevedo - Como diz a meninada, “deu ruim para o Zé Dirceu!”. Julio Camargo, aquele criminoso disfarçado de lobista que ferrou a vida de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, largou um petardo no coração de José Dirceu. Apresentou documentos à Justiça Federal que evidenciam que o petista e ex-ministro andou em seus jatinhos 113 vezes. Nota: Camargo é aquele que disse que pagou US$ 5 milhões de propina a Cunha num contrato de navio-sonda. Hoje a defesa do deputado luta apenas para que a denúncia não seja levada em conta, já que feita fora do ambiente da delação premiada. Os petistas acreditam piamente em Camargo quando o alvo é o peemedebista. Por que desconfiar no caso de Dirceu? Vamos pensar. Já escrevi aqui que o lobby, no Brasil, não é regulamentado, mas que também não é, por si, crime. Dirceu poderia ter voado o quanto quisesse no avião de Camargo, ser seu parceiro de farra, de negócios, o diabo… O problema está em outro lugar. Segundo Camargo, no entanto, a origem desses vôos é criminosa. Renato Duque, então diretor de Serviços da Petrobras, teria pedido ao lobista-bandido que pagasse R$ 4 milhões de propina a Dirceu. Segundo Camargo, R$ 3 milhões foram doados em dinheiro vivo, e o R$ 1 milhão, na forma de viagens de avião. Ele apresentou todos os registros de vôo. Roberto Podval, um dos advogados de Dirceu, afirmou que “todas as explicações serão dadas pelo José Dirceu durante seu depoimento” e que pareceria “falta de respeito” com o juiz Sergio Moro “antecipar as respostas”. De todas as acusações contra Zé Dirceu, esta vai se afigurando, sem dúvida, a mais grave, especialmente se Camargo tiver mesmo os comprovantes do uso de suas duas aeronaves pelo petista. Vamos ver que explicação vai oferecer para ser tão íntimo dos aviões de alguém coma a profissão de Julio Camargo.

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