quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Financiamento imobiliário cai 33% em 2015 e deve recuar mais este ano



O volume de empréstimos imobiliários no Brasil com recursos da poupança caiu 33% em 2015 e deve voltar a cair em 2016, previu nesta terça-feira a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Esse cenário é reflexo da recessão do País e da escassez de recursos baratos, que estão pesando sobre construtoras e potenciais mutuários. Segundo a entidade, o volume financiado pelo setor no ano passado somou 75,6 bilhões de reais. Em dezembro, foram liberados 4,8 bilhões de reais, 55,2% a menos que um ano antes. Para 2016, os financiamentos do setor devem cair mais 20,6%, a 60 bilhões de reais, previu o presidente da Abecip, Gilberto Duarte de Abreu Filho. O dirigente ressalta que o cenário econômico impôs uma forte correção no setor, após vários anos de expansão acelerada apoiada em juros baixos e incentivos governamentais. Segundo o executivo, a queda de 8,4% do produto interno bruto (PIB) da construção civil em 2015 até setembro, mais que o dobro da queda do PIB brasileiro no período, reflete o peso maior do cenário econômico adverso sobre a confiança de consumidores e empresários do setor, dado o perfil de longo prazo. Com a expectativa de aumento do desemprego, juros elevados e volume menor de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE), além da maior prudência dos bancos na concessão de recursos, o mercado imobiliário todo deve gradualmente se ajustar a patamares inferiores, disse ele. Após ter crescido quase 800% em nove anos até 2014, quando o número de imóveis financiados pelo SBPE chegou a 538.000 unidades, no ano passado esse número caiu para 342.000, movimento pontuado por menores vendas e lançamentos. Um dos responsáveis por esse revés foi a saída líquida em 2015 de 50 bilhões de reais da caderneta de poupança, maior fonte de financiamento imobiliário do País. Com isso, o estoque de financiamentos, que vinha subindo sem parar desde 2002, teve no ano passado uma queda de 2,5%, a 509 bilhões de reais.

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