terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Hospital Moinhos de Vento, a boutique da saúde do Sul, acha que parto de Paula, filha de Dilma, só somou para o Moinhos de Vento

É isso mesmo que vocês leram. O Hospital Moinhos de Vento é a boutique da saúde do Rio Grande do Sul. Quem controla esse hospital é o barão do aço Jorge Gerdau Johannpeter, aquele que foi membro do Conselho de Administração da Petrobras por uma década e aprovou a compra da lata velha da refinaria de Pasadena, em Houston, Texas. É o mesmo que, incensado como grande liderança liberal do empresariado nacional, como líder dos programas de qualidade e produtividade da iniciativa privada aplicados à gestão pública, foi incapaz de perceber a gigantesca roubalheira que grassava debaixo de seus olhos na Petrobras, onde ele tinha responsabilidade de máximo gestor. O que dizer disso? Nada, apenas esperar que Loretta Lynch, a procuradora geral dos Estados Unidos, em algum momento preste atenção nele e o processe pela participação no gigantesco crime cometido contra a estatal petrolífera brasileira. Agora, o Conselho de Administração do Hospital Moinhos de Vento passa a ser presidido pelo empresário Dado Bier. Ele é sobrinho e sócio de Jorge Gerdau Johannpeter. É ventríloquo do barão do aço. O Hospital Moinhos de Vento, apesar de ser o hospital dos ricos do Rio Grande do Sul, a boutique da saúde do Estado, não abre mão das benesses do título de entidade filantrópica. Ou seja, beneficia-se da isenção de pagamento de tributos. Como usa dinheiro público em seu benefício, deveria promover, anualmente, a demonstração de todas suas contas, para justificar a filantropia (essa já foi chamada de pilantropia). Mas, alguém aí tem notícias de que, em alguma época, o Hospital Moinhos de Vento tenha feito ampla divulgação pública das suas receitas, das suas despesas, do seu patrimônio, das suas atividades? Eu não conheço, e sou normalmente jornalista bem informado. Mas, assim acontecem as coisas no Rio Grande do Sul. Ninguém, nunca, sente-se na obrigação de dar satisfações para ninguém, e ninguém, nunca, ousa pedir explicações ou justificações de quem quer que seja, pessoas ou instituições. Embora eu não tenha qualquer formação como contador/auditor, fiz uma extensa auditoria nas contas do lixo de Porto Alegre, abarcando os anos de 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001. Treze anos de contas do lixo da capital gaúcha foram auditados. Foram 13 anos de gestão imperialista do PT na capital gaúcha. Como fiz isso? Com os documentos obtidos a partir de um Pedido de Informações. Levei exatos dez meses analisando minuciosamente esses documentos, e fazendo anotações. Ao final desse período, uma extensa representação de 150 páginas, incluindo planilhas contendo os valores desviados mês a mês, em quantia superior a 52 milhões de reais (com certeza até nos centavos), foi protocolada no Tribunal de Contas do Estado. No final de contas, a administração petista foi condenado. Para se chegar a esse resultado foi necessário enfrentar inclusive a rebelião e insubordinação dos auditores de contas externos do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, que se recusavam a reabrir e examinar contas de exercícios já findos e pelos quais eles haviam atestado lisura. É óbvio que não tinham feito seu trabalho. Portanto, essa "expertise", esse "know how", será utilizado agora para auditar as contas do Hospital Moinhos de Venho. Afinal de contas, a instituição é mantida por dinheiro público. Mas, pensa que é exclusivamente privada, e que pode isolar uma área inteira para que Madame Paula Rousseff Araújo dê à luz seu segundo rebento. Com isso, leitos, equipamentos, profissionais, serviços médicos, medicamentos, tratamentos e outros foram surrupiados dos gaúchos, daqueles que são atendidos pelo SUS e daqueles que recorrem ao hospital por meio de planos de saúde privados. É preciso que esses barões parem de confundir o público com o privado.

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