terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Justiça aceita denúncia contra Joesley Mendonça Batista, da JBS, e João Heraldo dos Santos Lima, do Banco Rural, por crime contra o sistema financeiro

Joesley Batista, presidente da J&F

O Ministério Público Federal em São Paulo informou nesta terça-feira que denunciou nove pessoas ligadas ao grupo J&F, controlador da processadora de carne bovina JBS, e ao Banco Rural, por crime contra o Sistema Financeiro Nacional. Em 19 de janeiro, a denúncia foi aceita pela Justiça. Entre os réus do processo estão Joesley Mendonça Batista, presidente da J&F e presidente do conselho de administração da JBS, e João Heraldo dos Santos Lima, presidente do Banco Rural. Em nota, o Ministério Público Federal mencionou uma operação feita em 2011 como base para a denúncia. Segundo os promotores, as empresas concederam empréstimos entre si, em operações conhecidas como "troca de chumbo", na qual instituições financeiras de diferentes grupos econômicos emitem crédito a empresas que também fazem parte desses conglomerados. A lei veda a concessão de empréstimo de uma entidade financeira a suas sociedades controladoras. De acordo com o Ministério Público Federal, J&F Participações e a Flora Produtos de Higiene e Limpeza, da J&F, obtiveram 80 milhões de reais em empréstimos do Banco Rural, um dia após abrirem contas correntes na instituição. Quatro dias depois, a empresa Trapézio, controladora do Banco Rural, recebeu empréstimo no mesmo valor, 80 milhões de reais, ao firmar contrato com o Banco Original, da J&F, responsável por emitir a nova operação de crédito. Após o anúncio do Ministério Público Federal, as ações do JBS passaram a cair fortemente na Bovespa. Os papéis fecharam em baixa de 7,33%, a 9,86 reais. Em comentário a clientes, analistas do Bradesco BBI afirmaram que se trata de notícia negativa para a JBS. Também citaram que "a quantia, 80 milhões de reais, é pequena em relação ao tamanho do grupo". Mas, é assim que começam as grandes derrocadas. 

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