sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Prefeito Eduardo Paes diz que poluição da baía de Guanabara não é um "tema olímpico"; a baía é uma pocilga, uma latrina



A poluição na baía de Guanabara, uma verdadeira latrina, uma pocilga, um dos temas mais preocupantes entre atletas e dirigentes estrangeiros para os Jogos Olímpicos de 2016, não é um problema olímpico, disse nesta quinta-feira (28) o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Segundo Paes, os atletas vão competir em raias que estão dentro dos padrões exigidos pelos organizadores do evento. Para ele, a baía de Guanabara é um problema das cidades da região metropolitana do Rio de Janeiro, que lançam diariamente esgoto no local. "Para mim a baía de Guanabara não é um tema olímpico, mas sim da região metropolitana. É um desafio e não tivemos o problema resolvido ali", disse ele. "Mas já tivemos dois eventos-teste ali e os problemas não se verificaram". O assunto voltou a ganhar repercussão internacional nesta semana, depois que o ex-dirigente da Federação Internacional de Vela, Peter Sowrey, disse ter sido demitido do cargo por se posicionar contra a realização das provas de vela da Olimpíada na baía de Guanabara e por insistir em levar a competição olímpica para a cidade de Búzios, na região dos Lagos. "Frequentemente as pessoas ficam querendo bancar suas teses e acho que é isso que está acontecendo ali na baía", afirmou o prefeito. Imagens que mostram lixo, garrafas, sofás e carcaças de carros e eletrodomésticos flutuando na baía de Guanabara circulam mundo afora. Paes lembrou, no entanto, que as provas de vela serão realizadas em raias bem distantes dessa realidade degradante. "Acho que para a Olimpíada é um problema que se resolve", disse. O governo estadual do Rio de Janeiro, responsável pelo projeto da despoluição, já anunciou que não atingirá a meta de tratar 80% do esgoto lançado na baía. Estima-se que no máximo 60% poderá ser tratado até os Jogos, que ocorrem em agosto, sendo que o Estado passa por uma grave crise financeira e ainda não foram realizadas obras de saneamento das cidades que circundam a baía e lançam o esgoto no local. No ano passado, o governador Luiz Fernando Pezão havia dito que considerava o descumprimento da meta "algo lamentável". Paes também manifestou à época sua insatisfação com o fato ao afirmar que o Rio de Janeiro perdeu uma grande oportunidade de resolver um problema que há anos se faz presente. Nesta quinta-feira, Paes declarou que, faltando cerca de seis meses para o início dos Jogos Olmpicos, os olhos do mundo estarão cada vez mais atentos para a cidade do Rio de Janeiro. 

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