segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Revista The Economist prevê um 2016 "desastroso" para o Brasil e culpa a petista Dilma Rousseff

"Dilma Rousseff e o desastroso ano que vem pela frente", diz a última edição da revista britânica The Economist. Uma foto da presidente em pose cabisbaixa, sob a frase "A Queda do Brasil", ocupa a capa do primeiro número da publicação em 2016. Repleto de críticas, o texto destaca o risco de impeachment, a redução da nota de crédito do País por duas agências de classificação de risco e a demissão de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda após menos de um ano à frente da pasta. A revista também classifica a corrupção na Petrobras como um "escândalo gigante de propinas" e ironiza as previsões de crescimento negativo da economia do País em 2016 ("até a Rússia, cheia de sanções e dependente do petróleo, deve fazer melhor"). Ao citar os Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), diz que o País poderia estar na "vanguarda das economias" emergentes. "Ao contrário disso, enfrenta disfunções políticas e talvez um retorno da inflação disparada", afirma. "Apenas decisões difíceis podem trazer o Brasil de volta a seu caminho", continua a The Economist, defendendo reformas na Previdência e na legislação trabalhista que "torna muito caro para as empresas demitirem até os empregados incompetentes". Na visão da The Economist, no entanto, reformas do tipo dificilmente devem ser colocadas em prática: "Neste momento, Dilma Rousseff não parece ter estômago para elas". A reportagem, com data de 2 de janeiro de 2016, afirma que as políticas de Dilma e do PT teriam aprofundado os efeitos econômicos da queda global nos preços das commodities. A publicação diz que o ajuste fiscal "não tem sido suficiente" e aponta "gastos extravagantes e imprudentes com aposentadorias e reduções de impostos improdutivas para indústrias favorecidas". A publicação ainda critica a situação da Previdência no Brasil. Segundo a The Economist, o País gasta 12% do PIB com aposentados e pensionistas, "fatia maior do que a praticada no Japão, um país mais rico e mais velho". A The Economist, no entanto, parece ter algum otimismo com o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Embora diga que o petista Barbosa "participou do primeiro governo desastroso da presidente", a publicação afirma que ele pode atuar melhor no comando das finanças: "(Ele) tem poder de barganha e suporte político no PT". A revista cita os jogos Olímpicos já no primeiro parágrafo: "O Brasil deveria começar 2016 de forma exuberante. (...) O Rio de Janeiro será sede da Olimpíada em agosto, dando aos brasileiros a chance de embarcar no que fazem de melhor, uma festa realmente espetacular. Mas, apesar disso, o Brasil encara um desastre político e econômico". "E se Dilma não conseguir implementar mudanças?" - indaga a revista. A resposta, segundo a publicação, seria o crescimento da dívida pública e perdas nos ganhos sociais. "A conquista do Brasil foi tirar dezenas de milhões de pessoas da pobreza. A recessão poderá paralisar ou mesmo reverter este processo".

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