quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Sócios japoneses preparam saída do Estaleiro Rio Grande


O consórcio formado por cinco empresas japonesas vai repassar aos sócios brasileiros sua fatia de 30% na Ecovix, controladora do Estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul. A operação foi aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) no final do ano passado. O grupo é liderado pela Mitsubishi Heavy Industries (MHI) e chegou ao Brasil em 2013, apostando nas perspectivas de crescimento da indústria naval, que vinha embalada por encomendas da Petrobras. Com a crise da estatal e a Operação Lava Jato, porém, o estaleiro enfrenta graves dificuldades financeiras. O comprador da fatia será a Jackson Empreendimentos, controladora da empreiteira Engevix e dona de 70% da Ecovix. Procurada, a empresa não comentou a operação. Segundo fontes, a venda será feita por um valor simbólico e os japoneses devem assumir as perdas com o investimento feito na aquisição da fatia. Além da MHI, fazem parte do consórcio as empresas Mitsubishi Corporation, Imbari Shipbuilding, Namura Shipbuilding e Oshima Shipbuilding. A situação da Ecovix se complicou depois que seus controladores brasileiros passaram a ser investigados pela Operação Lava Jato. No início de 2015, Jackson e Engevix tiveram bens bloqueados pela Justiça. No final do ano, o dono desta última, Gerson Almada, foi condenado a 19 anos de prisão por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.  Em maio, representantes de estaleiros japoneses com interesses no Brasil estiveram em Brasília para cobrar do governo ações para tentar reverter a crise da indústria naval. Ouviram do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, que seria criada uma força tarefa para estudar medidas. Além dos sócios do Rio Grande, há empresas japonesas no Estaleiro Atlântico Sul (Ishikawagima Heavy Industries) e no Estaleiro Enseada do Paraguaçu(Kawasaki). Entre executivos da indústria naval, existe a esperança de que empresas chinesas cheguem ao país para substituir as japonesas, uma vez que as petroleiras estatais da China têm ampliado a sua presença na exploração de petróleo no país.

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