sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Suíço BancaStato faz oferta ao BTG Pactual pelo BSI

O suíço Banca dello Stato del Cantone Ticino (BancaStato) afirmou nesta quinta-feira (14) que está fazendo uma oferta não vinculante pelo também suíço BSI, controlado pelo brasileiro BTG Pactual. "O BancaStato enviou uma carta de intenções não vinculante sobre a aquisição do BSI. Dado seu escopo, a transação é coordenada com outros dois importantes parceiros e o banco informou o Conselho de Estado sobre os passos tomados", disse a instituição financeira. Em comunicado, o BancaStato afirmou que a oferta representa uma "excelente oportunidade de investimento que está no interesse de todo o setor financeiro e o Estado pode evitar desmembramento do BSI". O BancaStato tem sede no cantão suíço de Ticino, onde também tem sede o BSI. Em comunicado ao mercado nesta quinta-feira, o BTG Pactual disse que seu Conselho de Administração autorizou a negociação do BSI com interessados, sem informar nomes, após ter "recebido manifestações indicativas e não vinculantes" para a aquisição do banco suíço. O BSI e outros ativos foram colocados à venda pelo BTG Pactual depois que seu fundador, o banqueiro André Esteves, foi preso em novembro passado acusado de obstruir a operação Lava Jato, que investiga esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras O presidente-executivo do banco Julius Baer, Boris Collardi, disse que o banco não tem forte interesse em comprar o BSI. O comentário veio depois que o grupo Safra disse na quarta-feira (13) não ter planos de fazer uma oferta pelo BSI, negando informações de um jornal suíço de que um acordo envolvendo o BSI teria sido alcançado. O BTG Pactual quer vender o BSI pelo equivalente a 1,4% dos ativos sob gestão da instituição na Suíça, ou cerca de 1,4 bilhão de dólares. O grupo brasileiro concluiu a compra do BSI em setembro passado por cerca de 1,3 bilhão de dólares. 


O banco BTG Pactual tem se desfeito de ativos para aumentar o dinheiro em caixa disponível em meio à crise que vive, após a prisão de seu ex-controlador, André Esteves. No final de dezembro, o Itaú Unibanco informou que fechou acordo com o Banco BTG Pactual para a compra da participação de 81,94% do BTG na empresa de recuperação de crédito Recovery do Brasil Consultoria por R$ 640 milhões. O banco vendeu também em dezembro créditos e títulos de renda fixa para o Itaú BBA, banco de investimento do Itaú Unibanco, no montante de cerca de R$ 900 milhões. Esteves, preso em 25 de novembro, é suspeito de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato da Polícia Federal. Receosos, investidores correram para sacar seu dinheiro. Sete dias após a prisão, os fundos do BTG haviam registrado saída de pelo menos R$ 9,2 bilhões. Para estancar a sangria, os sete principais sócios do banco assumiram o controle no lugar de Esteves e iniciaram uma operação de resgate. Além das carteiras de empréstimo, colocaram à venda participações em diversas empresas e acertaram com o FGC (Fundo Garantidor de Créditos)um empréstimo de R$ 6 bilhões. Com essa linha, o BTG ganhará tempo para negociar a venda de ativos. O banco já vendeu sua participação na Rede D'Or, maior grupo de hospitais privados do País, por R$ 2,38 bilhões, e está disposto a repassar outras empresas. Em comunicado em 4 de dezembro, o BTG reconheceu que analisa a venda do recém-adquirido banco suíço BSI e de participações na varejista Leader, na rede de academias BodyTech, na companhia de compra e venda de imóveis comerciais BR Properties, na empresa de serviços navais Bravante e no UOL, empresa do Grupo Folha. O Pactual tem 5,9% de ações do UOL.

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