quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Taxa de homicídios em São Paulo atinge seu nível mais baixo, mas não esperem reconhecimento, virá é mais pau na polícia

Por Reinaldo Azevedo - É preciso que a gente dê nome às coisas, não é mesmo? A esquerda, muito influente na imprensa e no meio cultural, odeia de forma determinada aquilo que dá certo e o difama. Não é mero acidente ou coincidência: é decisão. Tomo dois exemplos sem conexão entre si: o agronegócio e a Polícia Militar de São Paulo. Respondam rapidamente: qual setor apanha mais dos vermelhos — e dos verdes à moda Marina Silva? A agropecuária. Que bancada é a mais demonizada pelos jornalistas? A ruralista. Não obstante, que setor serviu de âncora àquilo que o lulo-petismo chamou de distribuição de renda? Que área da economia vê ampliar a oferta de crédito privado porque produz e oferece resultados? Pois é… A Polícia Militar de São Paulo, dados os números de homicídios e latrocínios na cidade e no Estado, é a mais eficiente do País. Não obstante, é o alvo número um de delinquentes intelectuais dos mais variados calibres. Por que faço essa longa introdução? São Paulo fechou 2015 com uma taxa de homicídio doloso abaixo de dez mortes por 100 mil habitantes: 8,73. É a primeira vez que isso acontece desde os anos 1990. Em 1999, para comparar, essa taxa era de 35,27. A queda, portanto, é de 75,2% em 16 anos. É um caso a ser estudado. A taxa no Brasil, em 2014, é de 26,3 por 100 mil habitantes. Em Alagoas, o Estado que relativamente mais mata, esse número chega a 61,9. Notem: no Brasil, na média, mata-se mais do que o triplo do que se mata em São Paulo. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, houve 3.757 casos de homicídio em 2015 ante 4.293 em 2014. Os números ainda são altos quando comparados aos dos Estados Unidos, com menos de cinco mortos por 100 mil, ou de países do que se chamava antes Europa Ocidental, com menos de 1 — ou do Japão? Sim. Mas é claro que, a despeito de todas as dificuldades, o governo está no caminho certo. Também houve redução na cidade de São Paulo: 991 casos contra 1.131 em 2014, o que fez com a taxa ficasse em 8,56 por 100 mil, mais baixa ainda do que no Estado. Esses números não comportam latrocínio, o roubo seguido de morte, que também caiu: somaram-se 345 casos no Estado em 2015, contra 374 em 2014 — queda de 7,75%. Na capital, a queda foi maior: de 147 para 118: 19,73% a menos. Ainda que se juntem os latrocínios, os homicídios dolosos, as pessoas mortas pela polícia e mesmo que se computem todas as vítimas de uma mesma ocorrência — como no caso das chacinas —, a taxa no Estado ficaria muito abaixo da do Brasil (que teria de seguir esses mesmos critérios) e dos demais estados com dados confiáveis: 11,7 mortos por 100 mil. Como esquecer que na campanha eleitoral de 2010, a então candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse que sua referência para o combate à violência seria o programa implementado no Rio de Janeiro, cujas taxas de homicídio são superiores ao triplo das de São Paulo? Como esquecer que na disputa, então, com José Serra, um dos alvos dessa senhora — e também de Marina Silva — foi justamente a política de segurança pública? Para registro: pela primeira vez desde 2001, houve queda em todos os 11 índices de criminalidade que são avaliados. É claro que muito ainda precisa ser feito. É claro que uma cidade e um Estado não podem se conformar com esses números. Mas é preciso considerar o que ocorre no Brasil e confrontar com os dados de São Paulo. É evidente que, por razões várias, o Estado e a capital reúnem condições para ter números superiores ao resto do País: alta densidade demográfica, urbanização acelerada e precária, área de atração de imigrantes — que ficam sujeitos à ação de quadrilhas —, maior circulação de riquezas, o que também atrai o crime… Não obstante, em vez de estar nos últimos lugares, São Paulo está em primeiro. Mas não esperem que o governo de São Paulo ou a Polícia Militar tenham reconhecidos seus méritos. Isso não vai acontecer. Daqui a pouco, um daqueles petistazinhos escondidos, mas com o rabo de fora, escreve um artigo desqualificando o trabalho que se faz no Estado, atribuindo, de quebra, a queda de homicídios à determinação do PCC de impor a paz pelas armas. A ser assim, essa corja deveria explicar por que, então, os demais Estados também não fazem um suposto acordo, não é?  Sucessivos governos de São Paulo têm tomado medidas corretas na área de segurança pública, e a Polícia Militar tem feito um trabalho elogiável. Essa é a verdade que se vai calar.

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