quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

As maldades magras e severas de Marina Silva

A líder da Rede continua fiel àquela prática, identificada por minha mulher com muita propriedade: “Pergunte a ela quanto são dois mais dois, e ela lhe devolverá um trocadilho ou uma frase de efeito”

Por Reinaldo Azevedo - Sempre me encanta o jeitinho solerte que Marina Silva, a líder da Rede, tem de ser malvada. Ela pode, sim, fazer a pior política, mas daquele seu jeito magro e severo (para citar Musil) — na aparência ao menos. E, no caso, refiro-me à severidade, não à magreza. A ex-senadora comentou nesta quarta a decisão de um membro do Conselho Nacional do Ministério Público, que concedeu uma liminar que paralisou o inquérito sobre o tríplex no Guarujá, aquele que Lula garante não ser dele. Para Marina, as investigações não devem parar, pois “nenhuma pessoa está acima da lei, quem quer seja, seja ex-presidente da República, seja cidadão comum, seja Lula, seja Aécio, seja Dilma”. A declaração foi dada na cidade paranaense de Lapa, depois de cerimônia de criação do diretório da Rede da Sustentabilidade no município. Aos jornalistas, Marina Silva não deu certeza de que disputará as eleições presidenciais de 2018, mas filosofou: “Os grandes vitoriosos são aqueles capazes de enfrentar derrotas passageiras”. Marina continua fiel àquela prática, identificada por minha mulher com muita propriedade: “Pergunte a ela quanto são dois mais dois, e ela lhe devolverá um trocadilho ou uma frase de efeito”. Quanto à sua fala, dizer o quê? Por que Aécio está entre os exemplos de pessoas que podem ser investigadas? Porque será seu adversário em 2018? A fala ficaria mais completa assim: “Nenhuma pessoa está acima da lei, quem quer seja, seja ex-presidente da República, seja cidadão comum, seja Lula, seja Aécio, seja Dilma, seja Marina“.
Que tal?
Tenho, por exemplo, uma curiosidade. Marina está sem mandato e sem cargo no governo faz tempo. Também ficou sem partido por largo período. Nesse período, viveu de quê? Sintetizou a luz? Não me deixo seduzir pelas maldades magras e severas de Marina. Muito menos por seus trocadilhos.

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