quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Dilma consegue nos brindar com a vitória de Picciani e com o rebaixamento do Brasil. É o buraco!

O que vocês acham que acontece agora? É evidente que a percepção dos agentes econômicos, nesta quinta-feira, será a de que Dilma ficou um pouquinho mais forte, embora, segundo a S&P, a situação do País esteja piorando... Ora, esses dois elementos, juntos, conduzirão ao otimismo ou a o pessimismo? Servirão para aumentar ou para diminuir a confiança no Brasil? Qual é a conclusão óbvia a que se chega quando se constata que aumentou a chance de permanecer no poder uma governanta que conduz o País ao desastre?

Por Reinaldo Azevedo - A presidente Dilma ficou um pouquinho mais forte na quarta-feira e, por isso mesmo, ela está mais fraca. A vitória de Leonardo Picciani (RJ) sobre Hugo Motta (PB), por 37 a 30, na disputa pela liderança da Câmara, me deu a certeza de que, com efeito, o Planalto conseguiu trincar a unidade possível do PMDB. E, por isso mesmo, a presidente não vai conseguir aprovar a CPMF, a reforma da Previdência ou qualquer coisa relevante para o País. Como se a realidade tivesse um particular gosto pela ironia, um pouco antes de Picciani se consagrar sobre o nada, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixava de novo a nota do Brasil, fazendo o País descer mais um degrau na escala do risco. Pois é… Querem uma análise convencional? Pois não! As forças pró-impeachment do Congresso ficam mais fracas, o governo está retomando a sua capacidade de articulação, e, a partir de agora, Dilma vai ampliar o eixo de governabilidade, derrotando tanto Eduardo Cunha (RJ) como Michel Temer, vice-presidente da República e presidente do PMDB. Eis uma análise convencional e errada. Querem uma um pouco mais afinada com a dialética do mundo, onde as antíteses também existem? Pois não! Digamos que o Planalto não se metesse na disputa e que Hugo Motta, o antigovernista, tivesse vencido… Os que hoje já estão afinados com o governo assim continuariam, e o grupo contrário teria de necessariamente se aproximar para alguma articulação. Agora não! Dilma resolveu entrar na briga para fazer derrotados e vai colher inimigos. A condução política da presidente é burra e não percebe que é possível ganhar perdendo e perder ganhando. Quem poderia ensinar-lhe isso não é Marina Silva, mas o general Pirro, não é? Ela venceu, mas a que custo? Há uma evidência frequentemente desprezada nas análises: Dilma não precisa do PMDB pela metade. Precisa do partido inteiro. E não terá. Se o tema, então, é a reforma da Previdência, aí, meus caros, nem o PT ela consegue juntar. O que vocês acham que acontece agora? É evidente que a percepção dos agentes econômicos, nesta quinta-feira, será a de que Dilma ficou um pouquinho mais forte, embora, segundo a S&P, a situação do País esteja piorando… Ora, esses dois elementos, juntos, conduzirão ao otimismo ou a o pessimismo? Servirão para aumentar ou para diminuir a confiança no Brasil? Qual é a conclusão óbvia a que se chega quando se constata que aumentou a chance de permanecer no poder uma governanta que conduz o País ao desastre? A síntese é a seguinte: não pensem que, a partir de agora, as coisas vão melhorar para Dilma e para o governo. Vão piorar. A pena que eu sinto é que Dilma nos arrasta a todos em sua pantomima triste. E os mais pobres pagam ainda mais caro.

Nenhum comentário: