domingo, 14 de fevereiro de 2016

Juiz anula decisão que zerou cobrança de R$ 331 milhões do Itaú


Citando irregularidades investigadas pela Operação Zelotes, o juiz substituto da 20ª Vara Federal do Distrito Federal, Renato Borelli, determinou a anulação de decisão do Carf, conselho ligado ao Ministério da Fazenda, que havia beneficiado o Itaú Unibanco. "Não há como não considerar o desenrolar da Operação Zelotes, que investiga o envolvimento de conselheiros em possíveis irregularidades na apreciação de recursos em processos fiscais, tema fartamente noticiado nos últimos meses na mídia nacional", declarou o juiz na sua decisão. Em 2012, a Receita Federal determinou que o banco devia pagar R$ 331 milhões por valores não recolhidos em PIS e Cofins relativos a serviços em áreas diversas. O banco recorreu ao Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), que cancelou a decisão da Receita. Para o juiz, porém, o acórdão do conselho "não tratou com o zelo necessário acerca dos fatos noticiados no Termo de Verificação Fiscal da Receita e mantidos pela decisão de primeira instância com unanimidade em desfavor do Itaú". O processo que tramita na Justiça Federal de Brasília é uma ação popular movida pela advogada Fernanda Soratto Uliano Rangel. Segundo ela, a medida inicial da Receita "era exigível e estava alinhada ao entendimento jurisprudencial" do Superior Tribunal de Justiça. Afirmou ainda que a Delegacia da Receita Federal em São Paulo decidiu em janeiro de 2012 "por unanimidade de votos" pela improcedência da impugnação apresentada pelo Itaú. Desencadeada em março de 2015, a Operação Zelotes apontou indícios de irregularidades, fraudes e corrupção envolvendo membros do Carf, suspeitos de cobrarem propina em troca de decisões. 

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