terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Juiz vincula viagens de funcionários da Odebrecht a contas secretas


O juiz federal Sergio Moro vinculou uma série de 50 viagens ao Exterior de funcionários da Odebrecht, junto com representantes de bancos, a contas que foram usadas pela empreiteira para pagar propina em contratos com a Petrobras, segundo a Polícia Federal. Num dos casos, há suspeita de que um ex-funcionário da empreiteira fugiu do país. Moro cita anotações encontradas no celular de Marcelo Odebrecht, preso desde julho do ano passado, sugerindo que funcionários que controlariam essas contas deixassem o Brasil. A empreiteira foi alvo de nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta segunda-feira (22). As notas escritas por Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo, diziam coisas do tipo "HS/LE. Como estão? Ir para fora já","HS e equipe: fechar todas as contas sob risco" e "Proteger nossos parceiros sem aparecermos". HS e LE são as iniciais de Hilberto Silva e Luiz Eduardo da Rocha Soares, funcionários da Odebrecht que cuidariam de contas no Exterior, ainda de acordo com a Polícia Federal. Hilberto, por exemplo, aparece como representante da Odebrecht na ficha na empresa Smith & Nash Engineering Company, acusada de repassar suborno a ex-diretores da Petrobras. Luiz Eduardo, que deixou a empresa em dezembro de 2014, fez viagens com um representante no Brasil de um banco (Vinicius Veiga Borin) que foi usado para repassar propina, o Antigua Overseas. A Polícia Federal suspeita que Luiz Eduardo tenha fugido do País. Em 21 de junho do ano passado, dois dias após Marcelo Odebrecht ter sido preso, ele deixou o Brasil e nunca mais voltou. Sócio de Luiz Eduardo numa empresa suspeita de atuar na lavagem de dinheiro, Fernando Miglaccio da Silva também deixou o Brasil em julho de 2015 e só voltou em novembro. As viagens ocorreram para locais que integram o circuito de lavagem de dinheiro, como Uruguai e Dubai, por imporem menos controle sobre contas e a origem dos recursos. 

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