quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Marqueteiro de Lula e Dilma autoriza quebra de sigilo de conta sua na Suíça


O publicitário João Santana assinou uma autorização em inglês para que os investigadores da Operação Lava Jato obtenham, na Suíça, a quebra de sigilo dos dados da conta mantida pela offshore Shellbill no banco Heritage, naquele país. Nesta conta foram depositados pelo menos US$ 7,5 milhões por offshores cujo controle é atribuído à Odebrecht (US$ 3 milhões) e pelo lobista Zwi Skornicki (US$ 4,5 milhões) – ambos investigados pelo pagamento de propina ao PT por contratos com a Petrobras. Santana e a mulher, Mônica Moura, afirmam que as transferências se referem a pagamentos por campanhas eleitorais no Exterior. A defesa deles nega que os pagamentos tenham ligação com a campanha da reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014. "Ele e a Mônica Moura não guardavam extratos da conta, mas autorizaram que os investigadores tenham acesso a ela. Não é razoável que um investigado consiga um extrato na Suíça quando está preso", disse o advogado Fabio Tofic. Ainda segundo Tofic, o banco suíço em que o casal tem conta não permite o acesso a extrato via internet. Santana depôs nesta quinta-feira (25) à Polícia Federal em Curitiba. No interrogatório, o publicitário contou que abriu a conta Shellbill em 1998 ou 1999, por meio de um representante do banco no Uruguai. A conta foi aberta com US$ 70 mil dólares para recebimento de um serviço que Santana afirma ter prestado na Argentina. A sugestão de que Santana abra todos os dados da conta foi feita pelo juiz federal Sergio Moro, em despacho desta quinta-feira (25). "Observo, inicialmente, que, para melhor análise deste juízo, seria ideal que fossem disponibilizados pelos investigados e sua defesa os extratos completos da conta em nome da offshore Shellbil S/A, no Banque Heritage, na Suíça, já que somente se dispõe das transações efetuadas pelo banco correspondente nos Estados Unidos", escreveu Moro. Os investigadores só têm os dados dos Estados Unidos porque os depósitos para o casal foram feitos num banco correspondente do Heritage, o Citibank. Autoridades americanas enviaram a documentação a partir de um pedido de colaboração dos investigadores da Lava Jato. 

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