quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Moro marca data para Lula depor na Lava Jato

Arrolado como testemunha de defesa do pecuarista José Carlos Bumlai, o ex-presidente Lula vai depor pela primeira vez ao juiz Sergio Moro em 14 de março. A data foi marcada pelo magistrado, responsável pela condução das ações referentes à operação em primeira instância. O depoimento do ex-presidente será por videoconferência, por isso não será necessário que ele viaje até a sede da Justiça federal, em Curitiba (PR). Assim como é norma em todos os depoimentos da Lava Jato, a oitiva de Lula também será pública. No entanto, a defesa do petista poderá pedir que seu rosto não seja filmado para preservar a imagem dele. Nesse caso, o vídeo conterá apenas a voz do ex-presidente – como já ocorreu com outros depoentes. O petista falará ao juiz Moro um dia após as manifestações que estão sendo convocadas pelo País por grupos pró-impeachment.
 

Preso desde outubro em Curitiba, Bumlai afirmou em depoimentos a Polícia Federal que Lula não teve envolvimento em negócios relativos à Petrobras. Ele confirmou que é amigo pessoal do ex-presidente, mas que nunca se beneficiou dessa relação no âmbito comercial. Bumlai também admitiu ter fraudado um empréstimo de R$ 12 milhões contraído em 2004 que teve o PT como destinatário final, mas isentou Lula da negociação. Os investigadores da Lava Jato acreditam que em troca do empréstimo a Schahin obteve um contrato de cerca de R$ 1,5 bilhão para operar o navio-sonda Vitória 10.000. A revelação foi feita por um dos donos do grupo, Salim Schahin, em acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato. Tanto o partido quanto e Bumlai negam vínculo entre o contrato e o empréstimo junto ao banco Schahin. Lula já falou à Polícia Federal na condição de informante, em um inquérito no Supremo Tribunal Federal que investiga se houve organização criminosa atuando na Petrobras. No depoimento, o ex-presidente afirmou que a investigação de integrantes de seu governo na Lava Jato faz parte de um "processo de criminalização do PT" e admitiu relação de "amizade" com o pecuarista José Carlos Bumlai, um dos presos da operação. O petista ainda defendeu o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, condenado por operar propinas para o partido, além de indicar que cabia ao ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), preso no mensalão e no petrolão, concentrar discussões de indicações políticas de seu governo.

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