quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Obama visitará Cuba em 21 e 22 de março

O presidente dos Estados Unidos, o muçulmano Barack Obama, fará uma viagem oficial a Cuba nos dias 21 e 22 de março, informou a assessoria da Casa Branca nesta quinta-feira. Obama terá um encontro com o ditador cubano, Raúl Castro, em uma visita para "fazer avançar nossos progressos e esforços que podem ajudar as vidas dos cubanos". Em uma publicação no Twitter, Obama disse que, apesar de os Estados Unidos ainda terem diferenças com Cuba, os países já fizeram progresso significativo ao normalizar os laços. A última visita de um presidente americano à ilha aconteceu em 1928, com Calvin Coolidge. A Casa Branca ainda não divulgou a agenda completa da viagem oficial, mas é esperado que o presidente encontre-se com ativistas defensores dos direitos humanos ou com dissidentes cubanos críticos ao regime castrista. Após o anúncio da aproximação entre Washington e Havana em dezembro de 2014, os dois países restabeleceram as relações diplomáticas em julho de 2015. O secretário de Estado John Kerry viajou a Havana em agosto do ano passado para a reabertura da embaixada americana. O presidente muçulmano expressou em diversas ocasiões o desejo de visitar Cuba. "O que disse ao governo cubano é que se observarmos claramente progressos nas liberdades dos cubanos comuns, ficaria feliz de viajar para colocar estes progressos em evidência", afirmou o presidente em dezembro. "Se vou ao local, está claro que devo poder falar com todos", completou, indicando o possível encontro com opositores da ditatura cubana. O anúncio da visita provocou críticas no campo republicano, mobilizado para as eleições presidenciais de novembro. O pré-candidato republicano à Casa Branca, Marco Rubio, nascido em Miami e filho de pais cubanos, afirmou que se fosse presidente não visitaria a ilha enquanto esta não fosse "livre". "Não há eleições em Cuba... Hoje, um ano e dois meses depois da abertura a Cuba, o governo cubano continua sendo tão repressivo como sempre", disse Rubio. O senador Ted Cruz, também na disputa republicana, criticou a iniciativa de Obama e lamentou que o presidente "permita que bilhões de dólares sigam para tiranos que detestam os Estados Unidos". Nos últimos cinquenta anos, centenas de milhares de cubanos emigraram para os Estados Unidos. Embora os emigrados "políticos" do início da revolução continuem contrários a qualquer aproximação com Havana, muitos imigrantes recentes mantêm fortes vínculos com a ilha e receberam de maneira muito mais favorável o anúncio do degelo.

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