quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Presidente da Turquia reage às pressões ocidentais e diz que não é um "idiota", no caso dos refugiados da Síria


O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou dirigir à Europa os milhões de imigrantes que já estão em seu país. Irritado com a pressão internacional para abrir a fronteira turca e permitir a entrada de refugiados sírios, o líder turco subiu o tom em um discurso para empresários nesta quinta-feira, na capital Ancara. "Não tenho a palavra 'idiota' escrita na testa. Seremos pacientes, mas faremos o que for necessário. Não pensem que os aviões e os ônibus estão ali sem utilidade", disse. Erdogan também confirmou as negociações reveladas pela imprensa com o presidente da Comissão Européia, Jean-Claude Juncker, e com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, em que ameaçou enviar os refugiados à Europa se não recebesse uma soma suficiente para mantê-los em solo turco. "Estou orgulhoso de ter dito isso. Defendemos os direitos da Turquia e dos refugiados (...) Dissemos (aos europeus): 'Sentimos muito, abriremos as portas e diremos adeus aos imigrantes'", explicou Erdogan. A conversa, que ocorreu em novembro passado durante o G20 de Antalya (sul da Turquia), foi citada pelo site grego Euro2day, que se referiu a "ameaças brutais" contra os europeus por parte do homem forte da Turquia. Segundo o Euro2day, Erdogan considera "módica" a soma de 3 bilhões de euros proposta pela União Europeia (UE), quando seu país gastou 8 bilhões de euros apenas em campos de refugiados. A União Européia aprovou em 3 de fevereiro as modalidades de financiamento de um fundo de 3 bilhões destinado aos 2,7 milhões de refugiados sírios que vivem na Turquia, que foi prometido em troca de que Ancara freie o fluxo migratório à Europa. Desde 1º de fevereiro o regime do ditador sírio Bashar Assad, apoiado pela Rússia, lançou uma violenta ofensiva contra os rebeldes islâmicos da província de Aleppo, no norte da Síria, que deixou 500 mortos e provocou o êxodo de 30.000 pessoas à fronteira turca, que permanece fechada. Com o apoio de diversas ONGs islâmicas, a Turquia preferiu ajudar os refugiados em território sírio, enviando ajuda humanitária e permitindo a entrada apenas de pessoas doentes. "Nós nos preparamos para o pior", reiterou nesta quinta-feira o presidente turco, que disse que até 600.000 civis podem chegar às portas da Turquia se a ofensiva contra Aleppo não cessar. Erdogan também acusou a Rússia, país aliado do regime de Assad e com o qual a Turquia mantém atualmente uma séria crise diplomática, de ser o primeiro responsável pela atual situação. Nesta quinta-feira, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, anunciou que uma missão naval aliada iria se dirigir ao Mar Egeu para "ajudar a lutar contra o tráfico humano" de imigrantes. A iniciativa foi solicitada por Grécia e Turquia e constitui uma mudança inédita nas missões da Otan, criada como uma organização militar de defesa. Até agora, a Otan havia se recusado a se envolver diretamente na pior crise migratória na Europa desde 1945. O engraçado é que ninguém cobra dos países árabes e de seus potentados, os quais têm guardados trilhões de dólares desviados da produção do petróleo, que tratem de achar uma solução para seus irmãos islâmicos, que se destroçam entre si. Antes de mais nada, os árabes têm que tratar de cuidar dos árabes. Por que o Ocidente, e a Europa em especial, teriam responsabilidades com islâmicos que não conseguem se entender entre si?

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