domingo, 28 de fevereiro de 2016

PT ataca ajuste de Dilma e propõe volta à política econômica de Lula



O PT atacou o ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff e propôs na sexta-feira (26) um "programa nacional de emergência" para mudar a política econômica. O texto, aprovado pelo diretório nacional do partido, pede a redução dos juros, o aumento do gasto público e o uso das reservas cambiais para financiar obras. Os petistas também defenderam um reajuste de 20% no Bolsa Família e a elevação de impostos sobre os mais ricos. "A lógica das propostas é retomar o núcleo da política econômica do governo Lula", resumiu o presidente do partido, Rui Falcão. O programa petista faz duras críticas à política econômica adotada após a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014. O texto diz que o ajuste fiscal "não teve os resultados esperados, ao menos no que diz respeito aos interesses das camadas populares". Para taxar os mais ricos, o PT propôs o aumento dos impostos sobre herança e grandes fortunas, a tributação de lucros e dividendos e a cobrança de IPVA sobre iates e aviões. Numa rara concordância com o governo, o partido também defendeu a recriação da CPMF. Nos debates internos, houve críticas ao ministro Nelson Barbosa (Fazenda), que substituiu Joaquim Levy em dezembro do ano passado. Os petistas se queixaram da ausência de Dilma no 36º aniversário do PT. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) reclamou do aval do Planalto às mudanças na lei do pré-sal, aprovadas pelo Senado na quarta-feira (24). "A Dilma está querendo se distanciar do PT. É um movimento consciente", afirmou. A direção do PT tentou contemporizar. Ao abrir o debate, Falcão pediu moderação nas críticas ao Planalto. O ministro Jaques Wagner (Casa Civil) disse que a posição de Dilma sobre o pré-sal nunca mudou e que o governo vai trabalhar para que a exclusividade da Petrobras seja mantida na Câmara. Em outra resolução, o PT apontou "ameaça à legalidade democrática" na Operação Lava Jato. O texto protesta contra "delações sem prova, vazamentos seletivos e investigações unilaterais". O documento diz que o ex-presidente Lula é vítima de uma campanha "vil e asquerosa" para impedi-lo de disputar as eleições de 2018. O PT também criticou a retomada da ação do PSDB no Tribunal Superior Eleitoral que pede a cassação da chapa vitoriosa em 2014. Na reunião fechada, Jaques Wagner disse que há um "movimento golpista" contra Dilma.

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