sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Renan Calheiros pediu dinheiro para campanha do filho em Alagoas, diz dono da UTC



Em um dos seis inquéritos no Supremo Tribunal Federal que apuram seu envolvimento com a Lava Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é investigado por ter solicitado ao dono da UTC, Ricardo Pessoa, R$ 1,5 milhão. O dinheiro seria para financiar a campanha política de seu filho, Renan, ao governo de Alagoas. As doações foram repassadas ao diretório do PMDB em Alagoas. O senador teria pedido a verba ao empresário em razão da contratação do consórcio para execução da obra da usina nuclear Angra 3. O caso foi apontado por Pessoa em delação premiada. Pela contratação, disse o delator, a empreiteira deveria pagar R$ 30 milhões ao PMDB. Desse total, R$ 3 milhões foram divididos entre o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros, para financiar as campanhas dos filhos dos dois senadores. Segundo a Polícia Federal, as informações de Pessoa "podem consubstanciar os delitos de corrupção passiva e lavagem de dinheiro". Renan nega envolvimento com o esquema de corrupção. O pedido do presidente do Senado teria ocorrido em um jantar no Hotel Emiliano (SP), de acordo com o empreiteiro. Ricardo Pessoa entendeu que a demanda fazia parte da solicitação de R$ 30 milhões feita pelo senador Edison Lobão (PMDB-MA), que comandava o Ministério de Minas e Energia, para financiar o PMDB nas eleições de 2014. A Polícia Federal diz haver suspeita de que doações eleitorais também mascararam desvios na Eletronuclear. "Há indicativos de que tais contribuições tratam-se, em verdade, de vantagens indevidas solicitadas por integrantes da alta cúpula de partidos políticos em razão de mero fechamento de contrato com diretoria cujo cargo é ocupado por pessoa supostamente indicada pelo referido partido", diz a Polícia Federal. O inquérito concentra as afirmações de Ricardo Pessoa sobre irregularidades no setor elétrico, caso derivado da Lava Jato.

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