terça-feira, 15 de março de 2016

Bumlai tratava sítio em Atibaia como ‘de Lula’, diz Delcídio


Preso na Operação Lava Jato por suspeitas de integrar o esquema de corrupção instalado na Petrobras, o pecuarista José Carlos Bumlai se referia ao "sítio de Lula" quando avisava que visitaria o imóvel em Atibaia alvo de investigações do petrolão. Os ex-presidente petista insiste em negar ser o proprietário da área, embora investigações conduzidas pelo Ministério Público Federal indiquem que Lula comprou duas propriedades em Atibaia e utilizou interpostas pessoas para mascarar a real aquisição dos imóveis. Segundo o Ministério Público Federal, em 2010 o petista comprou dois sítios por 1,539 milhão de reais, sendo que existem "fortes indícios" de que as empreiteiras OAS e Odebrecht, já investigadas na Lava Jato, e o amigo Bumlai tenham arcado com 770.000 reais para a transação. Conforme VEJA revelou em abril de 2015, Lula era frequentador assíduo do sítio, cuja reforma foi bancada pela empreiteira OAS a pedido do ex-presidente. Em acordo de delação premiada, o senador e ex-líder do governo Dilma, Delcídio do Amaral, disse que José Carlos Bumlai tinha a responsabilidade de "resolver os problemas da família de Lula" e que o pecuarista, a exemplo do que já havia acontecido com o Instituto Lula, foi responsável por melhorias na propriedade em Atibaia. "O depoente (Delcídio) ouvia de José Carlos Bumlai e de Maurício Bumlai (filho do pecuarista) que, ao tratarem do sítio em Atibaia-SP, diziam expressamente que estavam 'indo ao sítio do Lula'", diz trecho da delação de Delcídio. "O depoente, então, sempre entendeu que o sítio era do ex-presidente Lula", afirma. Nas investigações da Operação Lava Jato, procuradores da força-tarefa afirmam que na aquisição, reforma e decoração do sítio de Atibaia foram feitas "operações sucessivas de lavagem de dinheiro" em benefício de Lula e executadas, nesses casos, pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e pela Usina São Francisco, de Bumlai.

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