sexta-feira, 18 de março de 2016

Contrário ao impeachment de Dilma, Collor se desfilia do PTB.... é o que ele diz


O senador e ex-presidente Fernando Collor (AL) formalizou nesta sexta-feira (18) sua desfiliação do PTB após nove anos como integrante da legenda. Aliado do governo, o senador justificou a decisão devido ao posicionamento da presidente do partido, a deputada federal Cristiane Brasil (RJ), que conclamou os parlamentares da sigla a votarem pela saída da presidente Dilma Rousseff. O deputado Jovair Arantes (GO) é o relator da comissão especial do impeachment na Câmara. Isso é o que diz Fernando Collor. A razão real parece mais prosáica. Cristiane Brasil, filha de Roberto Jeferson, tratou de colocar no partido, em Alagoas, um grupo de inimigos políticos paroquiais de Collor. Bem ao estilo coronelesco do Nordeste, ele não aceitou isso, e saiu do partido. Quis dar "ares de grandeza" em seu motivo para saída do partido. E que grandeza.... defendendo Dilma. Nesta quinta-feira (17), a deputada Cristiane Brasil publicou uma nota em que diz que o partido já possui "direção clara contra o governo de Dilma, Lula e do PT". "Este governo acabou, não tem mais condições morais de continuar, e é preciso que o diretório nacional do PTB e sua bancada parlamentar estejam absolutamente unidas em favor do povo brasileiro", disse. Segundo uma mensagem publicada em sua página no Facebook, Collor diz que ainda examina, "com tranquilidade" os convites já recebidos. O post, no entanto, não revela quais partidos já teriam entrado em contato com o senador. Collor é um dos investigados pela Operação Lava Jato. Ele vai parar em algum partideco de balcão. "O objetivo é optar programaticamente por um novo partido que esteja identificado com o seu pensamento de Estado e sua visão social", disse. Esse é Fernando Collor, sempre se dando ares de significância histórica. O senador era líder do bloco União e Força, que engloba além do PTB, o PR, PSC e PRB, com um total de nove integrantes. Collor também era presidente do diretório de Alagoas, que agora passa a ser presidido pelo deputado Antonio Albuquerque. Além de Collor, outros sete senadores trocaram de partido ou apenas se desfiliaram de suas legendas desde a promulgação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da janela partidária, em 18 de fevereiro, que abriu prazo de 30 dias para que detentores de mandato eletivo troquem de partido sem o risco de serem cassados por infidelidade partidária. Apesar de valer para todos os que possuem um mandato eletivo, na prática, senadores, prefeitos, governadores e presidentes da República não necessitam das novas normas porque o Supremo Tribunal Federal decidiu em maio do ano passado que a regra da fidelidade partidária não se aplica ao grupo que tem mandato majoritário. Os eleitos para estes cargos podem trocar de partido sem terem seus mandatos cassados em qualquer época. Trocaram de partido os senadores Ricardo Ferraço (ES), que deixou o PMDB e foi para o PSDB; Cristovam Buarque (DF), que se desfiliou do PDT e mudou para o PPS; e Hélio José, recentemente filiado ao PMB, migrou para o PMDB. Já os senadores Reguffe (ex-PDT-DF), José Medeiros (ex-PPS-MT), e Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) se desfiliaram e estão sem partido até este momento.

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